40 anos depois: um aniversário com Caetano Veloso que abalou o Rio de Janeiro

Osmar Marrom Martins
Caetano Veloso, Bruno Barreto, Paulinho Lima e CazuzaCaetano Veloso, Bruno Barreto, Paulinho Lima e Cazuza (Acervo pessoal de Paulinho Lima)

A festa de 40 anos do artista reuniu amigos no Rio de Janeiro. Eu estava lá

Neste dia 07 de agosto de 2022, Caetano Veloso chega aos 80 anos em plena forma, compondo, cantando e sempre com suas opiniões firmes e fortes. Foi sempre assim. Ao longo desse tempo sempre estive acompanhando seu trabalho ou me encontrando com ele em diversos eventos. Como nesse, registrado na foto quando ele comemorou seus 40 anos com uma grande festa no Rio de Janeiro com a presença de ilustres convidados: o cineasta Bruno Barreto (Dona Flor e seus Dois Maridos),  o produtor baiano Paulinho Lima, que produziu com Waly Salomão o icônico show Gal Fa-Tal e Cazuza começando a carreira. E lá estava eu, também começando a carreira de repórter.

Quem me convidou para a festa foi Paulinho Lima, atualmente morando em Boipeba, depois de viver por mais de cinquenta anos no Rio de Janeiro. Paulinho, ao lado de Roberto Santana e do saudoso Mário Almeida, tinha um escritório de agenciamento de artistas como Angela Ro Ro, Marina Lima, Lulu Santos, Ritchie, Léo Jaime entre outros. Além disso, Paulinho foi o produtor ao lado de Roberto Santana, em Salvador,  do show Barra 69, que marcou a despedida de Caetano Veloso e Gilberto Gil de Salvador e do Brasil rumo ao exilio em Londres,  onde ficaram por dois anos.

Animado com o convite,  fui para o Rio de Janeiro e fiquei hospedado na casa de Paulinho, no Tambá. Reduto de moradores famosos como artistas, produtores, jornalistas,  entre outros. Até que fomos ao aniversário de Caetano Veloso, que completava 40 anos, e ia receber os amigos em sua casa. E foi uma festona. Muita gente circulando, todos alegres cumprimentando o anfitrião e eu ali um jovem iniciante deslumbrado com tudo que via.

Afinal para um repórter, ilustre desconhecido na noite feérica do Rio, encontrar nomes como Bruno Barreto, cineasta campeão de bilheteria,  e o exagerado Cazuza, era tudo muito novo para mim. Soube, anos depois, que foi nessa mesma noite que Caetano conheceu sua futura mulher Paula Lavigne, mãe de seus dois filhos Zeca e Tom. O outro mais velho, Moreno,  é com Dedé Veloso, irmã de Sandra Gadelha, Drão, ex-mulher de Gil e mãe de Preta, Maria e do saudoso Pedro.

Minha homenagem em forma de camisa feita pela estilista Tânia Regina

(Foto de meu acervo pessoal)

Desde então, eu sempre encontrava Caetano nas temporadas de Verão em Salvador. Ou no TCA,  quando estreava um novo show sempre com casa cheia e muita badalação, na Concha Acústica, ou na praia do Porto da Barra, onde ele sempre foi presença constante, sempre cercado por amigos como a atriz Regina Casé, a cantora Gal Costa e  outros.

No Carnaval, ainda cheguei a ver Caetano e sua trupe animadíssima na Praça Castro Alves,  onde acontecia o encontro dos trios elétricos e o desfile gay nas escadarias de onde  até então funcionava a Federação Baiana de Futebol. Era um Carnaval diferente, antes da explosão da cena axé, sem famosos blocos. Tudo acontecia na praça do poeta,  onde era possível se bater com atores e atrizes, cantores famosos e anônimos em busca de uma projeção. Mas tudo no maior clima paz e amor.

E, antes mesmo das festas de Réveillon se transformarem em grandes espetáculos para multidões, quando era uma coisa mais reservada entre amigos, Caetano costumava realizar todos os anos em sua antiga casa,  em Ondina. E eu e um grupo de amigos íamos na maior cara de pau. Quando a festa estava se aproximando,  a gente combinava de passar a virada do ano com o Mano Caetano. Mas isso era em outra época. Viva Caetano Veloso, que merece todas as homenagens ao completar 80 anos bem vividos e consagrado no panteão da MPB.

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