90% dos casos de câncer de colo do útero estão relacionados ao HPV

Por TV Jornal

Diagnóstico precoce pode evitar em 80% dos casos os riscos de metástases e outras complicações pela doença

Diagnóstico precoce pode evitar em 80% dos casos os riscos de metástases e outras complicações pela doença

Por ano, 16 mil brasileiras são diagnosticadas com tumor de colo do útero por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Este, que é o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre as mulheres, é silencioso e, por isso, em aproximadamente 35% dos casos acaba levando à morte. A preocupação aumenta quando analisado o principal causador da condição: o contágio pelo papilomavírus humano, o vírus HPV.

Tipo mais comum de infecção sexualmente transmissível no mundo, o HPV atinge massivamente as mulheres. Dados do Ministério da Saúde apontam que 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e o ápice da transmissão se dá em torno dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% desenvolverão câncer de colo do útero, isto em um prazo de dois a dez anos.

No Brasil, o câncer do colo do útero é considerado, atualmente, a quarta maior causa de morte entre as mulheres, explica o oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas Daniel Gimenes. “Quando tomamos conhecimento do agente causador da doença, os dados são ainda mais alarmantes, pois 90% das mulheres acometidas com câncer de colo do útero têm o vírus HPV”, revela o oncologista.

Para Gimenes, a prevenção primária está diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV e a consequente redução nos casos de câncer do colo do útero. “Para impedir o desenvolvimento do vírus é importante o uso da camisinha durante a relação sexual, além da vacina contra o vírus, que também é considerado um método efetivo de prevenção contra o câncer de colo do útero e outras infecções. A vacina é recomendada geralmente para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual”, elabora o oncologista.

Como forma de complementar a prevenção primária, estão os exames periódicos para detecção da doença. “Quando diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer. O não diagnóstico precoce dificulta a eficácia do tratamento, por isso sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o Papanicolau periodicamente”, explica Daniel.

Fique atento aos primeiros sinais

O tumor acontece quando as células que compõem o colo uterino são agredidas pelo HPV. Os primeiros sinais são o sangramento vaginal, corrimento e dor na pelve. Quando em um estágio mais avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de sangue, além de dores nas pernas, costas, problemas urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção. “Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa”, diz o oncologista.

Os tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia. “A cirurgia consiste na retirada do tumor e, em alguns casos, na retirada do útero, o que pode impossibilitar a mulher de engravidar. Os tratamentos de radioterapia e quimioterapia são indicados em estágios mais avançados da doença”, finaliza o Daniel.

Vacina contra HPV

Até o dia 22 de setembro, o Ministério da Saúde realiza a imunização gratuita de meninos e meninas de 9 a 14 anos contra o HPV. Pesquisas indicam que aproximadamente 80% das mulheres e 50% dos homens terão contato com o HPV em algum momento da vida, sendo este vírus o principal causador e também fator evitável de câncer de colo do útero no Brasil, correspondendo a 90% de todos os casos registrados.

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