Aflitos: a saga do tricampeonato nos anos 50

Logo no início, estádio recebeu grandes conquistas do Náutico

Técnico Palmeira foi tricampeão pelo Náutico nos anos 50 / Arquivo/JC

Técnico Palmeira foi tricampeão pelo Náutico nos anos 50
Arquivo/JC
Karoline Albuquerque
Blog do Torcedor

Como todo bom filho, o Náutico a sua casa torna. Antes do ansiado retorno, é de direito lembrar o que se passou para que o endereço da Avenida Conselheiro Rosa e Silva se tornasse tão emblemático para os alvirrubros. Logo em suas primeiras décadas no estádio dos Aflitos, o Timbu passou por grandes acontecimentos. Foi lá que o time se sagrou pela primeira vez tricampeão Estadual, entre 1950 e 1952. Sem não passar por um drama no fim da década anterior. Um incêndio atingiu a antiga sede, um casarão, na sexta-feira 9 de novembro de 1949.

Durante uma tarde de treinos com a presença de torcedores, por volta das 16h30, fumaça preta saia da casa. Em seu diário, o jogador Ivanildo Souto da Cunha relatou o ocorrido. “Meu quarto ardia, bem como o dormitório dos atletas”, escreveu, como citado no livro O Náutico – a bola e as lembranças, de Lucídio José de Oliveira. Nas linhas abaixo, o atleta destacou que o clube iria se levantar após o drama. “No futuro, quando se pensar ou disser que o Náutico foi destruído pelo fogo, com certeza acrescentar-se-á: as chamas auxiliaram na tarefa de demolir aquele velho prédio”, continuou.

Em campo, a reestruturação logo começou. O ano de 1950 marcou o primeiro título conquistado em casa. Treinado por Palmeira, que tinha conquistado o bicampeonato com o Santa Cruz, em 1946 e 1947, o Timbu montou um time considerado uma seleção na época. Foram 19 jogos, com 11 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas.

O estádio dos Aflitos recebeu toda melhor de três contra o América, em janeiro de 1951. Primeiro, um empate com mando do Esmeraldino. A recuperação foi tranquila. Vieram duas vitórias alvirrubras, por 3×1 e 3×2, erguendo sua primeira taça no local.

Mas, nada de empolgação. Na temporada de 1951, o time começou mal. Perdeu quatro jogos no primeiro turno, dois deles em casa e viu o Sport vencer esta parte. A chave virou na etapa seguinte do estadual, quando a equipe se manteve invicta. A decisão contra o rubro-negro começou nos Aflitos, com uma vitória alvirrubra por 3×1. Ao ser recebido na casa do rival, um empate em um gol. O bicampeonato, mais uma vez, foi diante de seus torcedores. Por 1×0, o Náutico deixou mais uma taça nos Aflitos.

TAÇAS

Após mais um campeonato, o estádio ganhou contornos mais modernos, já mais similares ao que se vê agora. Arquibancadas ao redor de todo o gramado serviram de plateia para a invicta jornada do tri estadual de 1952 ainda sob o comando de Palmeira. Sem precisar de uma final, com dois turnos vencidos, o Náutico manteve a taça na Rosa e Silva. Como este foi conquistado fora, era preciso seguir para casa. “E da Ilha, os timbus saíram em passeata, fazendo carnaval até a sede dos Aflitos, onde a festa rolou madrugada adentro”, lembra Givanildo Alves, no livro 85 anos de bola rolando.

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