Quando a nova diretoria do Flamengo decidiu contratar Abel Braga, sabia que estava trazendo um treinador com larga experiência para comandar uma equipe de estrelas, mas um estilo à beira das quatro linhas que não se modificou de alguns anos para cá.

Pela dificuldade em manter o padrão de jogo que a equipe vem desempenhando nas últimas temporadas, e por não conseguir dar uma cara ao elenco milionário e repleto de opções, recai sobre o técnico a maior parcela de responsabilidade pela eliminação na Taça Guanabara.

Em que pese a falha de Arrascaeta que levou ao gol da vitória do Fluminense, Abel não conseguiu encontrar um lugar para o maior reforço da história do clube.

Contratação também considerada impactante, Gabigol teve oportunidade no comando do ataque, e também não conseguiu levar perigo, muito em função do que a equipe apresentou coletivamente.

De bom até aqui, era o início empolgante de Bruno Henrique, indicação de Abel. Mesmo ele decepcionou no último clássico no Maracanã.

Após a derrota, o treinador indicou o que fará nos dez dias até a estreia na Taça Rio. O foco mesmo é a primeira partida na Libertadores, em março.

— O que vamos fazer em primeiro lugar é fazer a equipe que possa ser titular e o torcedor saber — avisou, para em seguida deixar claro que vai usar times diferentes dependendo do adversário.

— Equipe tem um banco muito bom. O trabalho está sendo gratificante. É a primeira derrota — minimizou Abel depois da partida.

O treinador indicou que Arrascaeta deve começar a próxima partida. Ele vem sem ritmo, pois só foi titular um jogo. Além do uruguaio, no banco o técnico precisa administrar nomes como Vitinho e Uribe.

Hoje, Diego e Everton Ribeiro são considerados peças-chave. Outra questão é se o treinador manterá o time com dois volantes. E se Willian Arão seguirá na equipe. Piris agrada ao técnico e deve ter chance.