Antônio Campos vê ação do Palácio na expulsão de Julio Lossio da Rede

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

Após a Executiva Nacional da Rede expulsar o ex-prefeito de Petrolina Julio Lossio e anunciar que vai pedir a retirada da sua candidatura ao governo, o advogado Antônio Campos (Podemos), irmão do ex-governador Eduardo Campos, afirmou ver indícios da atuação do Palácio do Campo das Princesas na decisão tomada pela legenda. Segundo o advogado, que é candidato a deputado estadual na coligação liderada pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB), a ação faz parte da tentativa de evitar o segundo turno na disputa pelo governo, beneficiando o governador Paulo Câmara (PSB), que lidera as pesquisas.

Fazendo coro as declarações de Julio Lossio sobre a resistência de setores da Rede que seriam “verde por fora e amarelo por dentro”, em referência à ligação com o PSB, Antônio Campos disse que membros da legenda da ex-senadora Marina Silva trabalhavam para que o partido voltasse para a base de Paulo Câmara, deixada no ano passado.

“A retirada da candidatura de Júlio Lossio, sem o devido processo legal e de forma extremamente célere, com indícios de atuação de forças palacianas junto à membros da Rede de Sustentabilidade, que esteve no início da pré-campanha com forças internas trabalhando a favor do apoio à candidatura de Paulo Câmara é outro ato antidemocrático que tenta esvaziar o debate político e o processo eleitoral a duas semanas do pleito”, disse

Ainda de acordo com o candidato a deputado estadual, a expulsão de Lossio não pode ser enxergada de “forma isolada”. Ele citou o indiciamento da sua prima a vereadora Marília Arraes (PT) pelo crime de peculato e as 22 representações da Frente Popular no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra a coligação de Armando como também parte de “uma tentativa em várias frentes das forças palacianas em tentar evitar o segundo turno, atropelando o princípio democrático e o debate político”.

“O indiciamento a quinze dias da eleição, no mínimo estranho, de Marília Arraes é uma forma de tentar intimidar uma jovem liderança, que renova a política e que apreendeu com Arraes o respeito aos princípios republicanos.

O ajuizamento de mais de 22 representações por parte da coligação do governador Paulo Câmara perante o TRE, que se prosperar tenta tomar todo tempo da propaganda eleitoral de Armando Monteiro é uma forma antidemocrática de evitar o debate político, tão necessário nesse momento de Pernambuco e do Brasil.

É preciso compreender esses atos não de forma isolada, mas como uma tentativa em várias frentes das forças palacianas em tentar evitar o segundo turno, atropelando o princípio democrático e o debate político, que o PSB Estadual tenta esvaziar em um discurso incoerente e de polarizações de extremos, que não condizem com a história do PSB de Arraes, João Mangabeira, entre outros. Não ao vale-tudo eleitoral!

É hora de resistência e de alertar a população que é necessário respeitar a pluralidade e o debate político das eleições e que o silêncio e a intimidação que querem fazer às oposições, terá o efeito contrário, num grande grito de indignação e que chegou a hora da mudança e de dizer não à truculência dos poderosos de plantão”, disse em carta enviada à imprensa. (JC)

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