Apelidada de ‘power nap’, a soneca turbina o rendimento e faz bem ao coração

Cochilar é bom para saúde, dizem médicos e pesquisas
Cochilar é bom para saúde, dizem médicos e pesquisas Foto: Divulgação
Elisa Clavery

Já chega de estigmatizar a soneca da tarde: além de revigorar as energias, ela pode trazer benefícios à saúde que você nem imaginava. Segundo uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, pessoas que tinham em seu hábito o cochilo diurno — apelidado de “power nap” (ou seja, “cochilo poderoso”) — apresentaram até 37% menos chance de morrer por doenças coronarianas. O costume — que, segundo registros sobre a vida de Leonardo Da Vinci, era adotado pelo gênio — também melhora a performance e os níveis de alerta, segundo a Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos.

— Quando a famosa sesta é feita por pessoas saudáveis e ativas, pode trazer relaxamento, melhorar o humor e a memória, diminuir o estresse e a ansiedade e até reduzir a chance de ter incidentes no trabalho— explica o otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono Wallace Nascimento — O importante é que a soneca não seja longa, porque, depois de 30 minutos, a pessoa começa a entrar no estágio mais profundo do sono que, se interrompido, causa mais sonolência.

Outro estudo, publicado pela Universidade da Califórnia, comparou o café e a “power nap”. A bebida, tão queridinha por muitos, saiu perdendo. Enquanto a soneca melhorou a memória dos participantes, a cafeína não apresentou efeitos e, em algumas situações, até piorou o desempenho.

Mas, tudo que é bom exige equilíbrio. O cochilo pode prejudicar o sono à noite, alerta Romero Cavendish, neurologista do Hospital Oeste D’Or.

— Uma longa soneca ou uma soneca tirada muito tarde pode afetar a qualidade do sono à noite. Se um indivíduo tem dificuldades para dormir à noite, a soneca diurna pode amplificar o problema.

O ser humano abandonou um hábito natural?

Muitos mamíferos tiram cochilos durante o dia— isto é, têm sono polifásico. Com bebês, também é assim. Porém, não há consenso entre os médicos se o costume seria um hábito natural que o ser humano adulto abandonou:

— O adulto, normalmente, tem sono monofásico. Se isso é cultural ou não, é difícil precisar — diz Wallace, que chama atenção para o contexto em que se tira a soneca — Depois do almoço no trabalho, por exemplo, não adianta nada parar e dormir no meio do caos. É preciso ter uma sala de descanso, um lugar tranquilo. Isso nem sempre é viável.

Para Romero, as necessidades também variam de acordo com o dia a dia de cada um:

— No caso de trabalhadores regulares, tipo 9h às 17h, as necessidades são diferentes das de indivíduo que funciona em regimes de plantão noturno. No último caso, as sonecas podem não só ser convenientes, mas indispensáveis.

Fonte: Extra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *