Armando diz que Guedes feriu Bolsonaro ao defender “meter a faca” no Sistema S

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) comandou ontem (18) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado um movimento contra a disposição do futuro ministro da Economia,  Paulo Guedes, de “meter a faca” nos recursos do “Sistema S”, que dá qualificação profissional e inclui, entre outras instituições, Sebrae, Senai e Senac.

“O futuro ministro tratou o tema de maneira desrespeitosa e feriu o próprio presidente Jair Bolsonaro com essa imagem de meter a faca”, disse o senador pernambucano, que recebeu a solidariedade dos colegas Cristovam Buarque (PPS-DF), Garibaldi Alves (MDB-RN), Paulo Rocha (PT-PA), Otto Alencar (PSD-BA) e Romero Jucá (MDB-RR).

O petebista disse que a intenção do futuro ministro da Economia de cortar as contribuições ao “Sistema S”, manifestada em almoço, segunda passada, na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), não trará nenhum benefício fiscal direto ao governo.

Frisou que o modelo de financiamento do sistema, por meio de contribuições das empresas, variável de 0,2% a 2,5% sobre a folha de pagamentos, está fora do orçamento da União e, por isso mesmo, livre de descontinuidade, por não ser afetado pela alta instabilidade da política fiscal. ‘É um modelo de autotributação”, completou.

O senador petebista disse também que Guedes não foi impessoal ao afirmar que o tamanho do corte dependeria do seu interlocutor no empresariado. Assinalou que o futuro ministro desconhece que a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), entidades governamentais, também pertencem ao sistema S.

Ressaltou que o futuro ministro confundiu contribuição sindical com contribuição do “sistema S” ao mencionar que não seria somente a CUT a perder recursos com o fim da contribuição compulsória dos trabalhadores

“As federações empresariais perderam R$ 1,1 bilhão com o fim do imposto sindical, sendo evidente que qualquer instituição, seja pública ou privada, está sujeita a aperfeiçoamentos. Mas cabe à sociedade discutir a relação custo-benefício do ‘Sistema S’, com serenidade e respaldo técnico, sem posições enviesadas e preconceituosas. O futuro ministro da Economia foi infeliz”, disse o senador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *