“Benito” Doria odeia Lula porque é um fascista de butique

Por: Alex Solnik

Quando eu vi aquela foto na “Folha” – João Doria sorridente, acenando de sua janela, ao lado de uma bandeira do Brasil, no dia seguinte à condenação de Lula em primeira instância – notei como se parecia com Jean-Louis Trintignant de “O Conformista”, um dos poucos filmes em que o vilão é bonito, afável, simpático. Seguidor de Benito Mussolini, mas “gente como a gente”.

Eis aí no que Doria e o personagem de Trintignant se parecem.

Por trás da suposta amabilidade e simpatia mora um fascista.

Somente os incautos (e não são poucos) são levados no bico por seu pretenso sorriso inocente.

E quanto mais poder ele tiver, mais vai expor o seu verdadeiro lado.

Para completar o simbolismo da foto o prédio em foco foi desenhado por Marcello Piacentini, arquiteto preferido de Mussolini e conhecido pela alcunha “arquiteto do fascismo”.

Esse ódio que “Benito” Dória tem de Lula não é só de Lula. Como todo fascista que se preze ele odeia o povo, os pobres e por isso odeia todos aqueles que tentam promover a sua ascensão.

O povo tem que ficar bem submisso, trabalhando a preço baixo e sem reclamar – é o seu lema. Foi o que pregou em sua vida, em seu programa de TV, em sua campanha, em sua gestão fracassada.

Todos os aliados do povo são atacados pelos fascistas, é fato histórico.

Mussolini odiava os comunistas; Doria odeia Lula.

Como todo fascista que se preze, “Benito” Dória também odeia cultura, porque os artistas desprezam os fascistas e sobretudo a cultura popular porque na visão dos fascistas o povo nasceu para trabalhar para eles e não para voar livremente como os artistas.

Não por acaso, a primeira coisa que fez quando sentou na cadeira do prefeito foi cortar 40% da grana da Cultura, ameaçando centenas de grupos de teatro que dependem dessas verbas para sobreviver.

E que levam a cultura ao povo gratuitamente.

É lamentável que pessoas decentes e de boa índole, tais como o secretário da Cultura colaborem com “Benito” Dória em sua cruzada de destruição da cultura popular.

Não satisfeito em não ter feito absolutamente nada de bom para a cidade, além das tentativas de vender bens públicos, que são de toda a população, operação que os vereadores, mesmo do seu partido, resistem a aprovar, ele tenta se colocar nacionalmente como o anti-Lula, rivalizando com o caricato Bolsonaro, esse sim, um fascista como o cinema costuma retratar, em busca do Palácio do Planalto.

De repente vamos ter dois filhotes da ditadura militar concorrendo nas próximas eleições.

Fã incondicional do modelito malha de cachemir jogada nas costas, “Benito” Dória vai se diferenciar por ser o fascista de boutique.

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