Caso Aldeia: funcionários de condomínio investigados por falso testemunho

Por Raphael Guerra 

Esposa e filho mais velho foram indiciados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução

A Justiça determinou que dois funcionários e uma diarista do condomínio de luxo em Aldeia, Camaragibe, onde morava o médico Denirson Paes, assassinado em junho deste ano, sejam investigados pela suspeita de crime de falso testemunho. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que observou contradições em depoimentos dados pelas testemunhas à polícia e durante as audiências de instrução e julgamento do caso, realizadas nas duas últimas semanas.

Entre os investigados estão o porteiro Egnaldo Daniel Bezerra e a diarista Josefa da Conceição dos Santos. Esta última trabalhava na residência do médico. O MPPE apontou que os funcionários entraram em contradição acerca das datas (31 de maio e 12 de junho) da realização dos serviços na cacimba onde os restos mortais do médico foram encontrados pela polícia. A obra para fechar a cacimba foi feita a pedido de Jussara Paes, viúva do médico e uma das acusadas pelo crime. O porteiro Diogo Francisco também será investigado por informações contraditórias em depoimentos.

O pedido de investigação dos funcionários foi encaminhado na última sexta-feira para a Polícia Civil de Pernambuco. O caso deve ficar coma Delegacia de Camaragibe, que também investigou o assassinado de Denirson Paes.

JÚRI POPULAR

Vinte testemunhas, sendo 15 de acusação e cinco de defesa, foram ouvidas durante os dois dias de audiência de instrução e julgamento do caso. A viúva do médico, Jussara Paes, e o filho mais velho, Danilo Paes, ambos presos acusados pelo homicídio, também prestaram depoimento. A viúva assumiu o crime e disse que o filho não teve participação, apesar de laudos periciais confirmarem que ela não teria como cometer o homicídio seguido de esquartejamento sozinha.

A defesa dos acusados solicitou à Justiça que a prisão preventiva de Danilo seja convertida em outra medida cautelar. A juíza Marília Falcone Gomes pediu que o MPPE analise e apresente um parecer sobre o pedido.

Ao final da fase de audiências, a magistrada deu cinco dias para que acusação e defesa apresentem as alegações finais por escrito. Como o recesso do Poder Judiciário começa no final desta semana, a juíza só deve decidir em janeiro de 2019  se os réus irão a júri popular pelo assassinato do médico Denirson Paes. (JC)

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