Ciro Gomes diz ter sido ‘surpreendido’ por nota agressiva das Forças Armadas

Ciro indicou ainda, que a ação foi política e orquestrada pelo Ministério da Defesa, “possivelmente” sob ordens de Bolsonaro

Mattheus Miranda
Foto: Reprodução / Instagram
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O pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), utilizou as redes sociais, na manhã desta sexta-feira (24), para afirmar que recebeu uma ameaça de “notícia-crime” das Forças Armadas, após criticar a criminalidade em áreas da Amazônia, onde Bruno Pereira e Dom Phillips foram brutalmente assassinados.

“Fui surpreendido por uma nota agressiva e intempestiva do comando das Forças Armadas, que, além de descontextualizar o que afirmei em entrevista à Rádio CBN, ameaça-me com notícia-crime, equivocadamente baseada nos artigos 286 do Código Penal e 219 do Código Penal Militar. A nota, que mais uma vez explicita o grau de politização do atual comando das Forças Armadas, tenta distorcer a crítica que fiz ao notório descontrole que impera, em áreas da Amazônia, onde uma ‘holding do crime’ age impunemente. As mortes trágicas de Bruno Pereira e Dom Phillips são os últimos episódios desta realidade pavorosa”, disse.

Ainda na publicação, o pedetista reforça que, em nenhum momento, disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de estado, estariam envolvidas com a criminalidade no local. “Assim como não confundo a ação das Forças Armadas com possíveis erros de alguns membros, não confundo, também, a essência da instituição com a linha imposta por comandos temporários que tentam submetê-la a caprichos políticos e interesses eleitorais”, ressaltou o pedetista.

Ciro indicou ainda, que a ação das Forças Armadas foi política e orquestrada pelo Ministério da Defesa, “possivelmente” recebendo ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não me surpreende, portanto, que a iniciativa desta ação política contra mim – e contra a minha pré-candidatura – parta de um Ministro da Defesa que, possivelmente obedecendo ordens de seu comandante supremo, vem se notabilizando por tentativas de interferência no processo político. Como fez, há pouco tempo, quando comunicou de forma unilateral e autoritária ao Tribunal Superior Eleitoral que vai indicar nomes de militares para fiscalizar as urnas eletrônicas”, pontuou.

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