Cloroquina: hospitais da Suécia suspendem uso de do medicamento devido a efeitos colaterais

“Tomamos a decisão de interromper o uso da cloroquina diante de uma série de casos suspeitos de efeitos colaterais severos, sobre os quais tivemos notícia tanto aqui na Suécia como através de colegas de hospitais em outros países”, disse o professor Magnus Gisslén

De acordo com a RFI, todos os hospitais da região de Västra Götaland, na Suécia, incluindo Gotemburgo, a segunda maior do país.pararam de administrar a cloroquina em pacientes com o novo coronavírus. Vários outros hospitais da capital sueca, entre eles o Södersjukhuset, um dos maiores de Estocolmo, também já anunciaram que vão suspender o uso do medicamento.

Indicada e defendida irresponsavelmente pelos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro como uma possível cura para o Covid-19, a cloroquina tem sido testada em pacientes com coronavírus, mesmo sem comprovação da eficácia do medicamento para combater o vírus.

“Recomendações médicas devem ser feitas por especialistas, e não por políticos”, disse à RFI o médico sueco Magnus Gisslén, professor da Universidade de Gotemburgo e chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Sahlgrenska, o maior hospital da Suécia e um dos maiores da Europa.

“Tomamos a decisão de interromper o uso da cloroquina diante de uma série de casos suspeitos de efeitos colaterais severos, sobre os quais tivemos notícia tanto aqui na Suécia como através de colegas de hospitais em outros países”, disse o professor Magnus Gisslén.

ressalta que um dos principais efeitos colaterais possíveis da cloroquina são os riscos de arritmia e parada cardíaca. Doses excessivas podem ser letais.

“No início da crise do coronavírus, começamos a administrar a cloroquina em pacientes de Covid-19, o que já vinha sendo feito em países como China, Itália e França. Mas diante de suspeitas de que o remédio pode ter efeitos colaterais mais graves do que pensávamos, optamos por não arriscar vidas. Não se pode descartar que o medicamento possa inclusive piorar o quadro clínico do paciente”, observa o médico sueco, que frisa a falta de comprovação científica da eficácia do medicamento nesse caso.

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