Muitas pessoas têm vontade de praticar sexo anal, mas informações equivocadas sobre o assunto podem gerar medo e inibição

Apesar da crescente desconstrução de tabus a respeito de questões ligadas à sexualidade e de a prática do sexo anal ter muitos adeptos, ela ainda choca, gera polêmicas e chega até a ser algo “temido”. De acordo com Cátia Damasceno, educadora sexual e criadora do programa “Mulheres Bem Resolvidas”, a falta de discussões sobre a forma correta de se praticar e o excesso de informações erradas podem gerar esse medo, inibir as pessoas de conversarem a respeito disso e até de tentarem fazer (mesmo quando têm vontade).

Sexo anal pode ser prazeroso, mas é necessário que as pessoas tenham paciência e informações corretas sobre a prática

Para quem está começando, é preciso ter paciência, ir devagar e, acima de tudo, ter as informações corretas sobre o assunto. Pensando nisso, listamos nove verdades e uma mentira sobre a prática do sexo anal . Confira e aproveite para guardar algumas dicas!

A mulher pode sentir prazer com a prática

Verdade! De acordo com a educadora sexual, a prática anal pode sim ser bastante prazerosa para mulheres. Para que isso aconteça, é importante que ela teste algumas técnicas e posições diferentes para descobrir de quais formas ela se excita e se diverte mais.

Sempre usar lubrificante

Verdade! Ao contrário da vagina, que tem glândulas que produzem uma substância lubrificante conforme a mulher vai ficando mais excitada, a região anal não se lubrifica sozinha. Por isso, é importante que as pessoas adeptas da prática devem sim usar lubrificantes para facilitar a penetração anal e prevenir fissuras. De acordo com a educadora sexual, o melhor é optar por substâncias à base de água.

Conversar é indispensável

Verdade! Tudo o que diz respeito a sexo deve envolver consenso. Cátia afirma que é essencial que os parceiros conversem entre si sobre o que gostam ou o que não os faz se sentirem confortáveis antes de absolutamente qualquer prática, especialmente se estiverem prestes a tentar algo pela primeira vez. Conhecer os limites do outro e fazer com que ele conheça os seus fará com que os dois fiquem mais relaxados, o que pode tornar a prática ainda melhor.

Explorar o corpo ajuda muito

Verdade! De acordo com a educadora sexual e fisioterapeuta íntima Débora Padua, muitas mulheres não conseguem atingir o orgasmo porque não têm conhecimento sobre a própria anatomia ou sobre o próprio desejo. Cátia afirma que se tocar durante o banho e até fazer uso de brinquedinhos (como vibradores e “buttplugs”) são boas formas de testar quais sensações agradam, quais não agradam e quais são os seus limites. Assim, é mais fácil de evitar “surpresinhas” na hora H.

O fascínio masculino pela prática é psicológico

Verdade! É muito comum ouvir que homens têm vontade de praticar o sexo anal porque a região é mais apertada e faz com que a sensação seja diferente da penetração vaginal ou do sexo oral. Porém, de acordo com Cátia, a fascinação deles pela prática anal tem um fundamento mais psicológico; ela afirma que, muitas vezes, o prazer deles vem da sensação de estar dominando completamente a parceira.

Anal também precisa de preliminares

Verdade! Assim como a mulher precisa estar relaxada antes da penetração vaginal, ela também precisa estar se sentindo tranquila, confortável e excitada para que a prática anal seja satisfatória. De acordo com Cátia, fazer massagens, tocar a região anal com os dedos ou com um brinquedo e o tão polêmico beijo grego (ou seja, sexo oral anal) são práticas interessantes para fazer durante as preliminares nesse caso.

A camisinha é obrigatória

Verdade! Da mesma forma que o ânus não se lubrifica sozinho como a vagina, ele também não se expande para a passagem do pênis ou de vibradores quando a pessoa está excitada. Isso pode fazer com que a penetração anal gere pequenas fissuras na região, deixando os parceiros tão expostos a DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e a outras infecções que podem ocorrer em razão de algumas bactérias presentes ali. Portanto, a educadora afirma que o uso de camisinha é indispensável para evitar males desconfortáveis e até crônicos.

É importante lembrar também que, em contato com lubrificantes à base de óleos ou silicone, a camisinha pode se romper com mais facilidade e perder a eficácia. Como a prática anal exige o uso dessa substância, o indicado é procurar um lubrificante cuja composição seja à base de água.

É preciso trocar o preservativo ao mudar de orifício

Verdade! Se o casal fizer a prática anal e depois quiser fazer sexo com penetração vaginal, é necessário que o preservativo seja trocado para evitar que bactérias do ânus sejam transferidas para a vagina e acabem causando infecções.

Não gostou? Não precisa fazer de novo

Verdade! Cátia classifica a prática anal como sendo um “bônus” do ato sexual. Assim como qualquer outra prática, seja ela a penetração, o sexo oral, beijo grego, anal ou algum fetiche, é importante que as pessoas envolvidas sintam-se confortáveis e gostem daquilo que estão fazendo.

É indicado começar “de quatro”

Mentira! Muitas pessoas acham que a posição mais fácil para se conduzir a prática anal é aquela em que a mulher fica “de quatro” e o parceiro a penetra por trás, de joelhos. De acordo com Cátia, essa posição é indicada para quem já tem alguma experiência com a prática. Para iniciantes, é uma boa ideia começar ficando de conchinha. Nela, os parceiros se deitam virados para o mesmo lado, confortavelmente encaixados, e o homem a penetra por trás.

Além dessa posição fazer com que a penetração não seja tão intensa, fica fácil para o parceiro estimular o clitóris da parceira, fazendo com que ela relaxe e se sinta cada vez mais excitada. Outra posição indicada para iniciantes no sexo anal é a em que o homem se ajoelha na frente da mulher e coloca as pernas dela dobradas sobre o próprio peito.