Convocação irrita Jorge Jesus e gera clima de inconformismo no Flamengo

Brasileiro Championship - Cruzeiro v Flamengo
Brasileiro Championship – Cruzeiro v Flamengo Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERS
Marcello Neves

Líder do Campeonato Brasileiro, o Flamengo venceu o Cruzeiro por 2 a 1, neste sábado, no Mineirão. Em um cenário normal, é motivo para se alegrar, mas as reações do técnico Jorge Jesus mostram que — mesmo com o triunfo — a sensação vivida no clube é outra. No lugar de sorrisos, inconformismo com a convocação da seleção brasileira, divulgada na última sexta-feira.

O português não terá o zagueiro Rodrigo Caio e o atacante Gabigol nas rodadas 24 e 25 do Brasileiro (Atlético-MG, no Maracanã e Athletico, na Arena da Baixada). Além disso, sabe que perderá Arrascaeta, que estará com o Uruguai, durante o mesmo período — e possivelmente Berrío. O suficiente para gerar revolta com o assunto que dominou a coletiva do português, um dos poucos a falar publicamente sobre.

— Vamos perder os convocados pelo Brasil e o Arrascaeta. Em um momento muito complicado, decisivo para o campeonato. Não entendo muito bem, porque a seleção do Brasil disse que era convocado um jogador por equipe para não ter uma interferência direta — comentou.

Enquanto tenta mudar a situação, o Flamengo mantém o silêncio. Nem mesmo os jogadores se pronunciaram sobre o assunto. A avaliação geral é que o Palmeiras acabou sendo indiretamente beneficiado — o clube paulista teve apenas o goleiro Weverton (Brasil) e o zagueiro Gustavo Gómez (Paraguai) lembrados.

Outra questão que gerou indignação veio do país vizinho. Leonardo Scaloni, técnico da seleção argentina, decidiu não chamar atletas dos clubes que estão em estágio avançado na Libertadores ou nas Copas internas. Situação que poderia ter se repetido no Brasil, como lembrado por Jesus.

— Se olharmos para a Argentina, teve o cuidado de não convocar nenhum jogador nem do Boca e nem do River, que estão em competições importantes para o futebol argentino — declarou o português, que questionou até o técnico Tite.

— Mas aqui é mais importante jogar contra Senegal e Nigéria. É muito mais importante, mas financeiramente, pelos cachês que se pagam às seleções. Mas quem paga aos jogadores são os clubes, e não a seleção. Acho que os clubes precisam ter um pouco mais força sob o que é o seu produto, e o seu produto é o jogador.

O Flamengo é o líder do Campeonato Brasileiro com 45 pontos e vive excelente fase. Gabigol é o artilheiro do torneio com 17 gols e está convocado. Dentro de campo, está tudo caminhando bem. Fora dele, a sensação é de que a sensação de inconformismo com os futuros desfalques seguirá até o mês de outubro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *