Crise na Amazônia reaproxima Bolsonaro e militares

DIDA SAMPAIO/ESTADAO

A crise instalada em virtude da política ambiental de Jair Bolsonaro teve um efeito colateral: voltou a reunir ao redor do presidente as cúpulas das Forças Armadas. A narrativa de enfrentamento à ameaça à soberania do País uniu até aqueles que, nas coxias, tecem críticas às declarações desastradas do presidente e ao uso recorrente do Exército para resolver os pepinos. Os discursos dos militares estão alinhados ao de Bolsonaro nos dois eixos principais: minimizar a Europa no contexto internacional e lançar dúvidas sobre as ONGs na Amazônia.

Brasil… A preocupação dos militares é tão grande que o ex-comandante Villas Bôas, quando pede no Twitter para o Brasil se unir em torno de quem tem trazido luz ao debate, cita personalidades ligadas aos governos do PT, de Michel Temer e Fernando Henrique.

…acima de tudo. Entre eles, estão o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo (ex-PCdoB) e o general Alberto Cardoso, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional na gestão FHC.

Será? Circula no Planalto levantamento de gastos de ONGs apontando porcentual baixo na atividade-fim. Entre os militares, há quem defenda a abertura de uma CPI para o caso.

Não é bem assim. A pedido dos ministros Ernesto Araújo e Tereza Cristina, a campanha em elaboração na Secretaria de Comunicação vai organizar eventos com formadores de opinião nos países onde as críticas estão mais fortes.

Medo na floresta. ONGs relatam ameaças em cidades da Amazônia. As histórias vão de pneus rasgados e xingamentos a um grupo que deixou de atuar no local por receio de retaliação. A situação teria piorado muito nos últimos dias.

Novos tempos. O entorno de Roberto Campos está preocupado com os desdobramentos da transferência do Coaf para o Banco Central. A instituição, que até hoje conseguia se blindar de marolas políticas, está agora no olho do furacão.

CLICK. Jair Bolsonaro conversa com o general Pujol; presidente e militares se reaproximaram em defesa da soberania da Amazônia, mas ainda persistem rusgas.

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