Cúpula da polícia diz que Rui está decidido a exonerar secretário de Segurança Pública

Por Jairo Costa Júnior

Integrantes do alto escalão das polícias Civil e Militar dão como certa a exoneração do secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, desgastado pelo avanço veloz da violência em Salvador e, sobretudo, por recentes declarações sobre o uso de drogas. Oficiais com cargos de comando na PM e delegados graduados da Civil garantem que o governador Rui Costa (PT) já estaria decidido a demitir o chefe da SSP, mas procura saídas honrosas para reduzir danos ainda maiores à imagem de Mandarino. A hipótese mais provável, afirmam as fontes, seria uma exoneração a pedido por questões de saúde. Na bolsa de apostas, o nome do atual subsecretário da pasta, Hélio Jorge, desponta como favorito para assumir o cargo.

Nuvem de fumaça
Fragilizado pela crescente onda de crimes, Mandarino acelerou o passo rumo à porta de saída ao se posicionar publicamente a favor da descriminalização da maconha, defender o uso recreativo e elogiar a capacidade da droga para, segundo ele, aflorar a criatividade e desenvolver a emancipação mental do usuário.

Maré contrária
Inicialmente, Rui Costa resistia às pressões para exonerar o juiz federal aposentado, que assumiu a secretaria no fim de dezembro de 2020, após a Operação Faroeste derrubar o delegado da PF Maurício Barbosa, todo-poderoso da SSP por mais de dez anos. Contudo, mudou de ideia diante da repercussão negativa gerada pelas declarações polêmicas de Ricardo Mandarino sobre a maconha, amplificada com a enxurrada de críticas disparadas por eleitores afetados pelo salto da violência e os ataques em massa de líderes da oposição. De acordo com um influente membro do núcleo político do Palácio de Ondina, o governador pode até recuar, mas está plenamente convencido dos prejuízos decorrentes de manter o secretário durante uma eleição em que a insegurança será a grande vidraça da campanha.

Revolta na tropa
Interlocutores do governo junto ao andar superior das forças de segurança no estado alertaram o entorno de Rui Costa de que a permanência de Ricardo Mandarino na SSP deixou de ser problema apenas político e eleitoral. Em síntese, a imensa maioria dos policiais se recusa a reconhecer o secretário como autoridade central e alguém capaz de estancar a criminalidade.

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