Cúpula militar está irritada e até ofendida com comportamento da “múmia” Bolsonaro (vídeo)

Militares de alta patente ficaram indignados com a postura de Bolsonaro na cerimônia dos oficiais-generais, quando ele ficou em silêncio e apático, enquanto os generais lhe batiam continência e bajulavam

Bolsonaro no evento no Clube do Exército.Créditos: Palácio do Planalto

Há um clima misto de irritação e indignação inédito na cúpula militar com o comportamento de Jair Bolsonaro. Os militares estão ofendidos com o silêncio e apatia dele, com uma postura distante e soberba, que marcou sua presença na cerimônia de formatura Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no sábado (26) e no evento de promoção de dez generais no Clube do Exército em Brasília, na última quinta-feira (1).

Generais e comandantes militares consideram que o ainda presidente deveria ter feito ao menos um cumprimento aos formandos no evento da Aman e aos generais e comandantes no Clube do Exército, mas permaneceu como que mumificado, ignorando o que se passava ao redor, nos dois eventos. Os militares, em vão, o adularam e bateram continência.

A cerimônia no Clube do Exército foi fechada à imprensa, mas integralmente transmitida pela TV Brasil, mostrando as cenas constrangedoras. Veja:

Há ainda cerimônias de formatura da Aeronáutica e Marinha, marcadas para os dias 8 e 10 de dezembro, respectivamente. Bolsonaro compareceu em ambas nos anos anteriores de seu governo. A avaliação de militares do Planalto é que, se for para permanecer quieto e não cumprimentar os militares pela formatura, ele não deveria ir.

Os militares estão ainda mais irritados com o silêncio e apatia de Bolsonaro porque está sob a responsabilidade deles administrar as manifestações golpistas que ainda ocorrem nas portas dos quartéis. A situação é delicada, pois boa parte dos manifestantes são parentes dos militares, que sob a capa de contestação do resultado eleitoral, desejam ao fim e ao cabo a manutenção da rede de privilégios e cargos que conquistaram no governo Bolsonaro. Para evitar uma crise ainda maior, a alta cúpula do Exército optou por tentar segurar os radicais dentro dos quartéis enquanto aguarda que os protestos acabem aos poucos.

Dois integrantes da ala militar do governo ouvidos pela jornalista Bela Megale de O Globo expressaram sua irritação com Bolsonaro e a situação constrangedora a que foram submetidos os comandantes e defenderam que o presidente vá às cerimônias sinalize que seguirá ativo politicamente, mas sem citar eleição e nem contestar seu resultado.

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