Danos dos agrotóxicos chegam em nível celular

Agrotóxicos

AgrotóxicosFoto: Editoria de arte/FolhaPE

Os orgânicos voltaram a protagonizar o centro das discussõesem torno da alimentação, após a polêmica aprovação na Câmara Federal, no fim de junho, do Projeto de Lei 6299/02, que ficou conhecido como o PL do Veneno. Na ocasião, entidades ambientais e de saúde coletiva, além de chefs famosos, bradaram aos quatro ventos os riscos que a população passa a correr ainda mais.

Qual o motivo de tanto alarde? O documento flexibiliza o uso de agrotóxicos no Brasil, o que significa dizer que o setor de agroindústria pode aumentar os tipos de pesticidas nos cultivos atuais. Sabe o que isso significa? Que o nosso organismo vai sofrer com uma carga ainda mais potente de químicos. Esse cenário é temeroso e vai contra o caminho de muitos países desenvolvidos que batalham para reduzir o uso de agrotóxicos e estimular a cadeia de comida orgânica.

Procurada pela reportagem, a nutricionista Debora Wagner explica detalhadamente os malefícios ao corpo, já comprovados por estudos em todo o mundo, causados por alimentos contaminados com esses químicos. É de dar medo. “Um estudo ligado à Cruz Vermelha comprovou que a contaminação de um pesticida chega ao nível celular, quando foram detectados mercúrio e química originada do revestimento teflon em cordões umbilicais de bebês”, alerta.

Ficou boquiaberto? Então segura mais essa. “Já existe relação comprovada de estudos com a baixa qualidade de espermatozoides, surgimento de doenças cerebrais, doenças autoimunes, síndromes graves como o Alzheimer e incidência de cânceres, pois, a longo prazo, as células contaminadas se reproduzem geneticamente modificadas“, conclui. Portanto, quando tanto se fala da importância de agregarmos comida orgânica na rotina, é coisa para se levar muito a sério.


Os agrotóxicos também interferem na atividade de absorção pelo intestino, pois são dotados de substâncias conhecidas como disruptores endócrinos, que ainda podem alterar o funcionamento pleno da tireoide.

   DETOX

E se o alcance das substâncias químicas é no nível das células, parece óbvio, então, que é impossível retirar os resquícios de agrotóxicos do alimento durante a higienização. É isso mesmo: é impossível. O que se pode, e se deve fazer, é seguir um passo a passo trabalhoso para reduzir a química da superfície do ingrediente, ao mesmo tempo que o higieniza – pois um processo não exclui o outro.

“Primeiro, lava-se o alimento com água e bicarbonato de sódio ou com água mais solução de iodo. No caso da maçã com a casca encerada, aquela bem brilhosa, deve-se antes lavar com detergente neutro e depois submetê-la à higienização com soluções. Isso tudo, porém, não elimina a importância da desinfecção com cloro ou água sanitária e água”, ensina a especialista.

   EM TEMPO

Enquanto muitos países da União europeia (UE) e nos Estados Unidos muitos pesticidas são proibidos há tempos, o Brasil segue utilizando um amplo leque de substâncias. O País lidera um triste ranking: é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008. São permitidos nas nossas lavouras mais de 430 ativos de agrotóxicos. Entre os 50 mais utilizados, 22 são proibidos em países europeus.

Serviço:
Debora Wagner é nutricionista clínica e esportiva
Consultório: Empresarial ITC, sala 1201, Pina. Consultas: 99261.4390 e [email protected]

É bom lembrar que os deputados de Petrolina ligados a Temer votaram a favor deste projeto.

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