Dentista e dono de clínica são indiciados pela morte de mulher após extração de dente

Jucilene de França sofreu um grave infecção antes de morrer 
Fabrício Provenzano

Três funcionários de uma clínica odontológica particular foram indiciados pela morte de uma mulher de 31 anos, que sofreu uma infecção após ter extraído um dente, em Várzea Grande, Região Metropolitana de Cuiabá, em Mato Grosso. A dentista responsável pelo procedimento, Cristiane Rossi Gentelin, a responsável técnica pela clínica, Manuella Driessen Rodrigues Carvalho da Costa, além do proprietário do estabelecimento, Fernando Helou da Costa, vão responder por homicídio culposo (sem intenção de matar). A vítima, a gerente de loja Jucilene de França, morreu em julho do ano passado.

Em nota, a Polícia Judiciária Civil informou que vai encaminhar à Justiça, ainda nesta segunda-feira, o relatório do inquérito policial que apurou a morte. Segundo as investigações, Jucilene morreu por “choque séptico consequente a infecção grave (Angina de Ludwig) após procedimento odontológico (extração dentária)”.

Segundo o delegado Eduardo Rizzotto de Carvalho, que apurou o caso, houve negligência no atendimento à vítima. “Em meu entendimento, Cristiane foi negligente ao deixar de prescrever antibiótico quando da extração. Ela só o fez quando a paciente retornou com inchaço e dores no local”, explicou o investigador, em nota divulgada pela Polícia Judiciária, na qual acrescenta: “Tanto Cristiane quanto os responsáveis pela clínica, Manuella e Fernando, foram imprudentes ao colocarem em funcionamento e atenderem pacientes numa clínica em que a vigilância sanitária atestou que não atende as normas de higiene e segurança, ou seja, não está apta a funcionar. Acrescente-se a isso, que a clínica sequer possuía alvará da vigilância sanitária”. Apesar de indiciados, todos os três seguem em liberdade.

A gerente começou a passar mal no dia seguinte ao procedimento odontológico, em 4 julho do ano passado. Ela teve dores e inchaço na boca até que seu quadro de saúde se agravasse. A mulher morreu quatro dias depois. No dia seguinte, ela foi enterrada, em Várzea Grande.

 

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