Dilma encara Aécio, que apostou tudo na crise

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Em seu discurso histórico, em que disse temer a morte da democracia no Brasil (leia aqui), a presidente eleita Dilma Rousseff fez uma referência ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o apontou como um dos responsáveis pela atual crise política e econômica, por não ter aceitado a derrota eleitoral em 2014 e, em seguida, feito uma aliança com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para sabotar o governo no Congresso, aprovar pautas-bomba e, desta forma, agravar o quadro fiscal.

“Desde a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições fizeram de tudo para impedir a minha posse e a estabilidade do meu governo. Disseram que as eleições haviam sido fraudadas, pediram auditoria nas urnas, impugnaram minhas contas eleitorais, e após a minha posse, buscaram de forma desmedida quaisquer fatos que pudessem justificar retoricamente um processo de impeachment”, disse Dilma. “Como é próprio das elites conservadoras e autoritárias, não viam na vontade do povo o elemento legitimador de um governo. Queriam o poder a qualquer preço.”

Aécio, de fato, fez de tudo para tumultuar o País desde que perdeu as eleições. Questionou as urnas eletrônicas, entrou com a ação no Tribunal Superior Eleitoral e apostou no “quanto pior, melhor”. Na semana passada, ele despontou na capa de Veja, como um dos delatados de Léo Pinheiro, da OAS, por supostas propinas de 3% na Cidade Administrativa, em Minas Gerais (leia mais aqui).

Aécio questionou em que medida Dilma se sentia responsável pela crise econômica e pelos 12 milhões de desempregados e lembrou que a campanha de Dilma em 2014 está sendo investigada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Na resposta, Dilma lembrou a Aécio que também foi aberta investigação contra a campanha do PSDB. Em seguida, lembrou efeitos da crise internacional, como a queda dos preços das commodities, a retração norte-americana e também a seca no Brasil, assim como a desaceleração da China.

“O que não estava no cômputo foi uma crise política como a que o Brasil vivenciou, pautada pela oposição de então. Essa crise agravou muito a situação econômica. Em seguida, elege-se Eduardo Cunha presidente da Câmara. Depois disso, os projetos que nós enviamos para buscar uma saída fiscal para a nossa situação foram sabotados. Some-se a isso as pautas-bomba”, disse ela. “Não podemos aceitar que se faça a política do quanto pior, melhor”, afirmou.

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