Dinheiro é sujo e pode ajudar a transmitir doenças

Evelin Azevedo

O dinheiro é sujo. Essa não é uma ligação a qualquer atividade ilícita, mas uma constatação de cientistas de várias partes do mundo. As cédulas carregam milhares de bactérias, vírus e outros micro-organismos. Na China, o Banco Popular Chinês mandou lavar as notas e, em alguns casos, até destruir as que estiverem potencialmente infectadas pelo novo coronavírus, como uma forma de tentar conter a epidemia que já infectou mais de 72 mil pessoas em todo o mundo e matou pelo menos 1.800, a maioria no país asiático.

— Como o dinheiro passa nas mãos de várias pessoas, a chance de contaminação é grande, mas isso não significa que você fica doente apenas por ter mexido em notas. Tudo o que é usado por muitas pessoas, como maçanetas,barras de apoio de transportes coletivos e botões de elevador também apresentam risco — afirma Alberto Chebabo, médico infectologista do Bronstein Medicina Diagnóstica.

Doenças virais respiratórias, como a gripe, podem ser transmitidas por meio de dinheiro caso a pessoa que esteja doente maneje as notas após espirrar e não lavar as mãos, e aquele que receber também manipule as cédulas e leve as mãos ao rosto antes de higienizá-la.

Um estudo feito por pesquisadores americanos identificou quase três mil micro-organismos em notas de 1 dólar que circulavam em Nova York, nos EUA. Os cientistas descobriram uma grande quantidade de bactérias, a maioria inofensivas, como as que estão presentes na superfície da pele, assim como bactérias da flora vaginal, micróbios da boca, DNA de animais domésticos e vírus.

A melhor maneira de se proteger contra possíveis infecções causadas por micro-organismos é lavando as mãos com frequência.

— Não adianta trocar todas as notas que estão em circulação e colocar outras novas, pois elas vão passar de mão em mão novamente. O que precisamos é retomar os hábitos de higiene das mãos — diz Cristiane Rosa Ribeiro, médica infectologista e assessora da qualidade do Hospital Adventista Silvestre.

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