Educação inclusiva no Recife ganha mais agentes, ônibus e teclados especiais

Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) anunciou, na manhã desta quinta-feira (14), que irá convocar mais 40 Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE), do concurso realizado em 2015. O certame ofereceu 500 vagas e até o momento foram feitas 303 nomeações. O prazo de prorrogação do certame segue até 2020 e as novas nomeações serão publicadas no Diário Oficial do Estado.

A categoria, que já conta com 208 agentes atuando na rede pública municipal, foi criada para auxiliar os professores e os alunos com deficiência a se locomover e a executar as atividades desenvolvidas nas escolas e as extracurriculares.“A educação inclusiva do Recife é referencia nacional e temos 3.900 alunosem nossa rede”, afirmou o prefeito Geraldo Julio. O chamado para os novos agentes será feito a partir do próximo sábado (16) segundo a Secretaria de Educação.

Também foi apresentada a frota de ônibus do Transporte Escolar Inclusivo, com sete novos veículos adaptados, que irá beneficiar no total 330 estudantes. “Essa ampliação é muito importante. Meu filho tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sabemos que é mais complicado depender de ônibus, que, muitas vezes, vem lotado. Agora ele consegue ir com mais tranquilidade, mais organizado”, relatou a dona de casa Jassira Pereira Pinheiro, mãe do aluno Luiz Felipe, que está no 4º ano da Escola Municipal Engenho do Meio.

Com a entrega dos novos micro-ônibus, ampliando a frota em mais de 60%, a fila de espera dos alunos com deficiência foi zerada segundo a PCR. Foram investidos mais de R$ 1,6 milhão, por meio do Programa Caminho na Escola (PAR), através do convênio com o Governo Federal. Para a dona de casa Vandelma Xavier de Oliveira, mãe do estudante Daniel Oliveira, o mais importante é que o transporte será feito com o acompanhamento de um agente, garantindo mais tranquilidade.

“Como Daniel tem mielomeningocele e tem dificuldades para andar, o transporte dele era feito por bicicleta, e moramos um pouco distante da escola. Agora ele chega no horário, é acompanhado por um cuidador, o coração fica em paz”, declarou. Daniel estuda na Escola Municipal Campina do Barreto, em Cajueiro.

Outra novidade foi a entrega de mais 150 teclados inclusivos TiX, num investimento de R$ 977.800, e, segundo o secretário de Educação, Bernardo de Almeida, os alunos vão poder utilizá-los na sala de aula regular. “Nós já tínhamos esses teclados especiais para que os alunos pudessem trabalhar nas salas de recurso. Agora, com a aquisição destes novos equipamentos, eles também vão poder usá-los na sala de aula regular, facilitando a comunicação com seus colegas e professores”, explicou.

Já o software Livox, que possibilita a alfabetização dos alunos com deficiência de forma totalmente digital, também deverá ser instalado nas unidades do Compaz. A ferramenta facilita a comunicação de alunos com autismo e paralisia cerebral que tenham comprometimento da fala. “São cinco mil licenças do software Livox, que também irá facilitar a comunicação não só nas escolas com os familiares”, afirmou Almeida.

Lei da Inclusão
Desde 2015, segundo determina a Lei 13.146, todas as escolas – tanto da rede pública quanto as unidades particulares – são obrigadas a promover a inclusão de estudantes com deficiência. No entanto a garantia de condições de acesso e permanênciadessas crianças ainda enfrenta dificuldades. A experiência vivia pela dona de casa Vandelma Oliveira é semelhante a tantos outros pais que, por falta de acolhimento principalmente das escolas particulares, migraram para a rede pública.

“Daniel começou a estudar com quatro anos. Procurei uma escola particular e a diretora disse que primeiro queria saber quais eram as limitações dele para só depois me informar o valor da mensalidade. Ou seja, eu iria pagar mais caro para eles aceitarem meu filho”, afirmou. Essa prática, que se tornou comum nas unidades de ensino, é ilegal. Nenhuma escola pode cobrar um valor diferente para crianças com deficiência.

Diante desse quadro, as escolas publicas municipais do Recife aumentaram em 50% o número de estudantes na rede inclusiva no últimos seis anos. “A sociedade mostra que confia em deixar seus filhos nas nossas escolas. Por isso estamos sempre realizando melhorias para acolhê-los”, afirmou o secretário de Educação.

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