Ele vai para a cadeia. A confusão é geral

Carlos Chagas

Não passa desta semana a prisão preventiva de Geddel Vieira Lima, a menos que o ex-ministro da Coordenação Política fuja para o exterior. A Polícia Federal acompanha seus passos na Bahia, no Rio e em Brasília, já tendo levantado as provas necessárias para encarcerá-lo por haver burlado os interesses da Caixa Econômica Federal no tempo em que era um de seus vice-presidentes. A extorsão se deu em parceria com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje e ainda por muito tempo preso em Curitiba, por esse e outros crimes.

À medida em que o tempo passa, mais o círculo se fecha em torno de amigos, ministros e ex-ministros do presidente Michel Temer. Não demora e o próprio chefe do governo começará a ter seu nome citado em diversas delações premiadas já colhidas junto a ex-diretores da Odebrecht.

Não parece fora de propósito que o Tribunal Superior Eleitoral, em fevereiro, manifeste-se pela anulação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas eleições de 2014. Nesse caso, abrem-se duas hipóteses: o Congresso elegeria um novo presidente da República para completar o atual mandato até 2018 ou o TSE consideraria vitorioso o segundo colocado naquele pleito, o senador Aécio Neves. No primeiro caso, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seria o candidato, ainda mais se vier a ser reeleito. Outras possibilidades são consideradas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente do Supremo e ex-ministro Nelson Jobim.

Qualquer das opções revelará que as instituições encontram-se em frangalhos, abrindo-se até a possibilidade da antecipação das eleições  gerais para este ano. Tudo dependeria de o Congresso atropelar a Constituição.

Quanto a Geddel Vieira Lima, continua ligado a Michel Temer,  no  mínimo por laços de amizade.

Em suma, a confusão é geral.

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