Eleição presidencial não vai tirar o Brasil da crise

 

O caminho menos ruim para se traçar o futuro de uma nação é o parlamentarismo

Pesquisa do Datafolha divulgada ontem não traz maiores novidades na corrida presidencial, em relação à pesquisa de janeiro, salvo a presença do ex-ministro Joaquim Barbosa como pré-candidato do PSB. Como diz o ex-presidente FHC, Barbosa deixou uma “imagem positiva” no país, pois foi o primeiro negro a presidir o STF e o relator do processo do “mensalão”, que mandou para a cadeia os ex-ministro José Dirceu. Porém, os nomes que estão no páreo não são o mais importante neste processo e sim uma particularidade para a qual a maioria dos brasileiros não está atenta: a falta de apoio do Congresso ao próximo presidente da República, seja ele quem for. Num quadro fragmentando como o atual, com cerca de 20 pré-candidatos (em 1989 foram 23) e Lula fora da disputa, corre-se o risco de vermos no segundo turno candidatos que tenham obtido no primeiro cerca de 20% dos votos válidos. A menos que um dos finalistas se eleja no 2º com 60% dos votos válidos, o que lhe conferiria uma legitimidade inquestionável para encampar uma pauta de reformas, sendo a principal delas a da Previdência, o país continuará em crise, com um presidente com dificuldades para negociar com o Congresso e descobrindo aos poucos que o caminho menos ruim para traçar seu futuro é o parlamentarismo. Ou seja, governo ruim é destituído de imediato pelo parlamento e se convoca novas eleições.(Inaldo Sampaio)

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