Em menos de um mês, Flu deixa influência de Diniz para trás e abraça ‘estilo Oswaldo’

No Fluminense, Oswaldo de Oliveira tem priorizado a defesa
No Fluminense, Oswaldo de Oliveira tem priorizado a defesa Foto: Mailson Santana/Fluminense FC / Mailson Santana/Fluminense FC
Rafael Oliveira

Não foi só a zona de rebaixamento que o Fluminense deixou para trás. Sentida pelos jogadores num primeiro momento, a saída de Fernando Diniz também começa a virar passado. Menos de um mês após a troca de técnico, já é difícil encontrar semelhanças entre a forma de jogar da equipe com Oswaldo de Oliveira e a implantada pelo antecessor.

Dos 20 participantes do Brasileiro, o Tricolor lidera entre os que mais trocam passes. Registra 482,1 acertos por partida. Mas esta liderança carioca ainda é reflexo das 15 rodadas sob o comando de Fernando Diniz. O Fluminense de Oswaldo reduziu o número de bolas trocadas entre um jogador e outro.

Nas quatro últimas rodadas, o time registrou 424,2 passes certos por partida — bem abaixo dos 497,5 das 15 primeiras. Com a média de Oswaldo, o Fluminense ocuparia apenas a oitava colocação na lista dos maiores passadores do campeonato.

E a diferença entre um técnico e outro não se resume a um fundamento. Assim como os passes, as conclusões são menos frequentes. O time, que tinha média de 14,8 com Diniz, agora registra 13,5 por partida. Analisando mais a fundo este quesito, nota-se um leve aumento das finalizações erradas (de 8,6 por jogo, com o ex-treinador, para 9, com Oswaldo) e uma brusca queda das corretas (de 6,2 para 4,5).

Os números apenas embasam um sentimento que já está nas arquibancadas: com Oswaldo, o Fluminense ataca menos. Assim como ocorre com as finalizações, os cruzamentos na área rival também diminuíram: de 25,1 tentativas por jogo nas 15 primeiras rodadas para 23,7 nas quatro últimas.

Por outro lado, o Fluminense registra uma evolução na defesa — o que confirma o discurso do novo comandante ao assumir de que daria prioridade à missão de deixar a área tricolor menos exposta. A equipe melhorou suas médias tanto nos desarmes (de 13,9 por jogo para 16,7) quanto nas rebatidas (de 17 para 18,7) e nas interceptações (de 2 por rodada para 5,5). Os dados são do site “Footstats”.

Um dos motivos para o elenco ter comprado as ideias de Diniz era o sentimento de que jogava de igual para igual mesmo contra equipes estreladas. A guinada defensiva de Oswaldo mostra-se uma mudança de rota que, ao menos por enquanto, cumpre sua função. Afinal, o time virou o turno fora da Z-4. Mas manter os jogadores dispostos a abraçá-la vai exigir a manutenção dos resultados.

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