Empresário bolsonarista é principal propagador de fake news contra Mandetta

Nas mensagens, disparadas através do Twitter e grupos do WhatsApp, ministro é citado como peça de um plano do DEM para desestabilizar o presidente

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Com o acirramento da tensão entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, por conta da incompatibilidade de discursos com relação à pandemia do coronavírus, comentários negativos e xingamentos passaram a repercutir nas redes sociais contra o ministro. Desde a última sexta-feira (3), passou a circular um dossiê falso contra Mandetta no Twitter e em grupos do WhatsApp, com denúncias de uma suposta renovação de contrato no DEM no valor de R$ 1 bilhão.

O empresário bolsonarista Winston Ling é o principal nome por trás dos ataques contra o médico no Twitter. Ling tem disseminado na rede social que Mandetta teria encabeçado a renovação do contrato publicitário, sendo esta uma das peças de um plano do DEM para desestabilizar Bolsonaro.

De acordo com o Painel, da Folha de S.Paulo, são citados como parte da estratégia membros do partido como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Apesar de ser protagonista dos ataques, o empresário vinha se queixando, ironicamente, de receber mensagens de cunho racista após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fazer acusações falsas sobre o papel da China na pandemia do coronavírus.

O mapeamento dos ataques contra o ministro faz parte de uma pesquisa feita pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP-FGV). O grupo também revelou que houve uma mudança de tom em grupos de WhatsApp públicos com relação ao ministro da Saúde, parte deles por conta do aumento de xingamentos e de compartilhamento de fake news. A DAPP-FGV consultou 150 grupos públicos de WhatsApp, entre 22 de março e 5 de abril.

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