Escândalo envolvendo vice de delegada atinge Raquel

As investigações do MP e do Tribunal de Contas de Pernambuco envolvendo o candidato a vice na chapa da delegada Patrícia Domingos (Podemos), no Recife, atingem em cheio também a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB). As suspeitas de malversação do dinheiro gasto no São João de Caruaru por Leo Salazar (à esquerda), o vice da delegada, já ocorreram na gestão da tucana.

O Tribunal de Contas de Pernambuco está debruçado numa auditoria especial sobre os gastos do São João de Caruaru de 2018, segundo ano de Raquel. O processo nº 1821219-0 tem o conselheiro Carlos Neves como relator e analisa “irregularidades detectadas” nos recursos utilizados. Naquele ano, o produtor cultural Leonardo Santos Salazar (Cidadania) era o presidente do Comitê Gestor do São João. Ele é um dos alvos no processo.

Salazar era responsável por acompanhar e fiscalizar os contratos. Maria Alves da Silva, então presidente da Fundação de Cultura e Turismo do município, e Angelo Dimitre Bezerra da Silva, que era coordenador de controle interno do Comitê, são citados. Além de acumular a função de presidente do Comitê Gestor, Leonardo Salazar era vice-presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, cargo que deixou em janeiro deste ano, último da tucana, que disputa a reeleição.

O Ministério Público também detectou indícios de irregularidades em contratos milionários celebrados com prestadores de serviço no São João de Caruaru em 2018 e instaurou pelo menos dois inquéritos em 09 de maio de 2019. Uma das empresas contratadas foi a Talentos Promecc Atacado e Produção de Eventos Ltda, responsável pela ornamentação e buffet para camarins, entre outros serviços, ao custo de R$ 2.238 milhões. A GJB Locações e Serviços Ltda foi outra prestadora, que se encarregou da limpeza, conservação e higienização dos eventos juninos, com valor total de R$ 76.999,46.

Nos dois casos, o promotor de Justiça Marcus Alexandre Tieppo Rodrigues aponta “possibilidade de superfaturamento” e atesta que Leonardo Salazar estava designado “para acompanhamento e fiscalização” dos contratos. Além disso, considera “eventual conduta omissiva da administração pública quanto ao poder-dever de fiscalizar o adimplemento pela contratada”.

O produtor cultural Leonardo Salazar foi procurado pelo blog para que se pronunciasse sobre o caso. Sua assessoria limitou-se a encaminhar uma certidão negativa de contas julgadas irregulares pelo TCE-PE, emitida em 16 de outubro no nome do candidato a vice-prefeito do Recife, mas isso é irrelevante. (Magno Martins)

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