FBC ajuda Bolsonaro a driblar pergunta sobre bloqueio de bens

Foto; Alexandre Gondim/JC Imagem
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Por Amanda Miranda

Alvo de bloqueio de bens no âmbito da Operação Lava Jato, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ajudou Jair Bolsonaro (PSL) a driblar uma pergunta sobre a ação em coletiva de imprensa no Recife, nesta sexta-feira (24). O senador estava ao lado do presidente quando ele foi questionado sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e os dois saíram sem comentar o assunto.

“O bloqueio de bens do senador Fernando Bezerra Coelho pode mudar…?”, tentou perguntar a repórter. “Como é que é?”, respondeu Bolsonaro. O emedebista afirmou que a coletiva estava encerrada e foi levando o presidente para a porta de saída.

Fernando Bezerra Coelho é acusado na Operação Lava Jato de ter recebido propinas desviadas das empreiteiras contratadas para construir a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No período, ele era secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Eduardo Campos (PSB).

Visita a Pernambuco

A decisão sobre o bloqueio de bens que atinge o líder do governo foi anunciada durante a reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que foi realizada no Instituto Ricardo Brennand, na Zona Oeste do Recife.

Todos os governadores do Nordeste estavam no encontro, além do gestor de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). O único dos estados que integram a Sudene ausente foi o do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). Na reunião, foi aprovada a criação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) e da destinação de 30% dos investimentos para a área de infraestrutura. Foi anunciado também o aporte de R$ 4 bilhões para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Bolsonaro foi cobrado pelos governadores sobre a divisão de recursos. “Não é nenhum presente, porque este povo nordestino, aqui representado, está determinado a construir o próprio futuro. Para isso, precisa de obras e ações que tragam emprego, água, saneamento, infraestrutura urbana e rural, educação, saúde, segurança, ciência, tecnologia e inovação”, disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Por outro lado, reivindicou apoio à reforma da Previdência. “Temos um desafio que não é meu, é também dos senhores governadores e prefeitos, independente da questão partidária, para executar o que diz o plano. É a reforma da Previdência”, afirmou o presidente.

Nordeste

Essa foi a primeira visita de Bolsonaro ao Nordeste desde que tomou posse, em janeiro. Depois de deixar o Recife, seguiu para Petrolina com Fernando Bezerra Coelho, que tem reduto eleitoral na cidade do Sertão pernambucano.

Na eleição do ano passado, Bolsonaro foi derrotado por Fernando Haddad (PT) em todos os estados do Nordeste, o que não se repetiu nas outras regiões do País. Neles, os governadores eleitos também eram do PT ou aliados do partido no período eleitoral.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Dois dias antes de vir ao Nordeste pela primeira vez, Bolsonaro teve uma reunião com parte da bancada da região. Com algumas exceções, oposicionistas do PT, do PDT e do PSB não foram ao encontro. Parte dos parlamentares que foram deixou o Palácio do Planalto falando em “frustração” e afirmando que nada foi apresentado de “concreto” para a região.

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