Gabinete do ódio fere Mandetta

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não caiu, pelo menos até ontem, mas seu trabalho vem sofrendo boicote e enfrenta uma grande instabilidade política por causa da ação diabólica do chamado Gabinete do Ódio, gerido pela também pela figura de estirpe de demônio, o pensador Olavo de Carvalho, sob o beneplácito de Carlos Bolsonaro, o Carluxo, filho do presidente da República.

Mandetta faz uma excelente gestão, toma as medidas mais corretas e adequadas para o enfrentamento do Covid-19, o vírus da mortandade mundial, mas não tem a compreensão nem conta com a sensibilidade do presidente. Ruim para o País. Num momento tão delicado e sofrido da humanidade, com grandes reflexos do mal do século se disseminar no País, não é hora de puxar o tapete de ninguém.

Desestabilizar o ministro da Saúde, aprovado pela grande maioria da população brasileira, é um crime, dano enorme à sociedade, que trancafiada em casa, torce e aposta nas medidas do Governo para sair da curva do mergulho na morte para entrar no declínio da sobrevivência do vírus. Fala-se num abril de horrores e num maio de começo do fim da pandemia. O momento é de serenidade e de esperança.

Mas não se pode ter esperança num Governo atrapalhado, com um presidente que vive o tempo todo criando dificuldades para o seu ministro da Saúde quando deveria, junto com o auxiliar, montar um exército de aliados para combater quem nos ameaça de morte. O dia de ontem, por exemplo, foi de cão para Mandetta. Até perfil falso dele nas redes sociais foi criado para jogá-lo contra o chefe, o presidente.

Se Bolsonaro não é firme com seu principal ministro que trabalha 24 horas nessa crise do Covid-19, os generais Braga Netto, Luiz Ramos, Fernando Azevedo e Silva e o almirante Flávio Rocha agem. Fecharam posição contra a demissão de Mandetta. Eles aconselharam Jair Bolsonaro a reconsiderar sua decisão em razão de uma série de consequências negativas, dentre elas o risco de que um pedido de impeachment viesse a ser acolhido pelo Congresso Nacional.

Na reunião de ontem, após o bombardeio falso de que o ministro havia caído, notícia bancada pelo jornal O Globo, os militares deixaram Mandetta defender-se das acusações de radicalismo na defesa da tese do isolamento, contrariando posição de Bolsonaro, e minimizaram as queixas dos setores da economia que estão sofrendo mais com as restrições.

Defesa do Senado – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse ao ministro da articulação política, general Luiz Eduardo Ramos, que não existe “justificativa plausível” para exonerar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Para Alcolumbre, tirar o ministro da Saúde será um “grave erro”. No final de semana, Bolsonaro disse, sem citar nomes, que não tem medo de usar sua caneta, e que alguns ministros viraram “estrela”. O presidente do Senado recusou um encontro no final de semana com o presidente Jair Bolsonaro pois, segundo disse a interlocutores, entendeu que seria um movimento para ser convencido da demissão de Mandetta.

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