Joaquim Barbosa admite que pode ser candidato à Presidência da República

#Sessão do julgamento da Ação 470, dos envolvidos no escândalo do Mensalão, no STF

Um dos maiores ícones da história do Poder Judiciário no Brasil, o presidente Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa, admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de ser candidato à Presidência da República. O magistrado revelou que este é um projeto “a longo prazo” e que não deve encarar as urnas nas eleições de 2014.  “Terei tempo para refeltir, mas só depois que sair do STF”, disse ao público após participar da palestra Avanços e Retrocessos Institucionais da 8º Conferência Global de Jornalismo realizada na cidade do Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira (14).

“Sempre tive uma carreira técnica. No dia em que deixar o Supremo, como entrei muito jovem, eu terei ainda tempo para refletir sobre isso. Acho difícil exercer a carreira no Supremo até os 70 anos. Pode ser que no futuro surja o interesse”, disse.

O presidente do STF, porém, não revelou a qual partido pretende se filiar para disputar o cargo. Joaquim Barbosa adotou o tom “moderado” ao falar de seu sonho presidencial. A candidatura, segundo ministro, só será possível quando se afastar do Supremo Tribunal. Recentemente, ele negou que participaria das eleições de 2014. O atual presidente do STF chegou a ser citado em pesquisas de opinião com possíveis candidatos à Presidência da República. Na internet, inclusive, algumas páginas e blogs foram criados para apoiar seu “projeto político”.

Com 59 anos, o primeiro ministro negro da história do STF também revelou que pode pendurar as “chuteiras mais cedo”. Na conferência, Joaquim Barbosa contou que não vai esperar os 70 anos (a aposentadoria compulsória) para sair do do Poder Judiciário. Talvez, este seja um dos parâmetros que sustente a ideia do ministro em entrar na política. Seu nome foi “popularizado”, principalmente entre a classe média, durante o julgamento do escândalo do mensalão no ano passado – esquema de compra de votos no Congresso durante o governo do ex-presidente Lula (PT).

Polêmica com Lewandowski

No início deste mês, Joaquim Barbosa pediu a demissão de uma jornalista que trabalha no STF e que é mulher de um repórter que cobre o Poder Judiciário para um jornal do esrado de São Paulo. O magistrado encaminhou ofício ao vice-presidente da Corte Ricardo Lewandowski, pedindo que este reconsiderasse a decisão de manter em seu gabinete uma servidora que atua no tribunal desde o ano 2000. O pedido foi negado pelo colega de Corte.

“Me parece um conflito de interesses insuperável. Isso nos Estados Unidos é inimaginável”, alfinetou. A funcionária em questão é Adriana Leineker Costa, mulher do repórter Felipe Recondo, do jornal O Estado de S. Paulo, a quem o presidente da Corte chamou de “palhaço” e mandou “chafurdar no lixo” durante uma entrevista, no mês de março, em Brasília.

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