Justiça afasta seis agentes acusados de tortura em cadeia de Minas

Decisão leva em conta ação do Ministério Público, que acusa seis servidores de espancar um detento em janeiro deste ano como forma de castigo pessoal

Lucas Pavanelli

Caso aconteceu em janeiro deste ano

Caso aconteceu em janeiro deste ano

Reprodução / Google Maps

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou o afastamento de seis agentes penitenciários acusados de torturar detentos no Presídio de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, a 678 km de Belo Horizonte.

Conforme denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, os servidores são acusados de terem submetido um preso a uma sessão de espancamento de 20 minutos como forma de castigo pessoal. O caso aconteceu em janeiro deste ano.

De acordo com o MP, os seis agentes entraram na cela de forma truculenta. Quatro deles teriam formado um corredor, obrigando os preços a passarem entre eles, quando teriam submetido os detentos a agressões verbais e físicas, como socos, chutes, tapas e golpes de bastão. Os agentes penitenciários teriam deixado, nesse momento, apenas um detento dentro da cela. Ainda de acordo com a denúncia, o homem teria sido algemado com as mãos para trás e encapuzado com uma coberta quando começou a sessão de espancamento. A tortura só terminou 20 minutos depois, quando o preso começou a vomitar sangue.

O Ministério Público apurou, ainda, que os réus teriam dito aos demais presos que, se houvesse alguma denúncia sobre o que ocorreu no dia, eles atrasariam a soltura dos detentos

Decisão

A decisão do TJMG leva em conta a denúncia do MP e diz que “há elementos que indicam que as agressões narradas podem, de  fato, ter ocorrido”, o que já seria suficiente para autorizar o afastamento imediato dos réus enquanto a ação tramita no Judiciário. Os agentes continuam recebendo seus salários, mesmo afastados do cargo.

A reportagem entrou em contato com a Seap (Secretaria de Estado de Administração Prisional) para confirmar se os servidores públicos já foram afastados de seus cargos, mas ainda não obteve resposta.

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