Keynes previu a Alemanha nazista em 1919, diz cientista político no NYT

Livro “As conseqüências econômicas da paz”, escrito em 1919, quando tinha 36 anos, previu o caos que se seguiria na Europa após o tratado de paz de Versalhes, e a Alemanha nazista

John Maynard Keynes, com sua esposa, Lydia Lopokova, na década de 1920, quando alguns dos resultados desagradáveis ​​que ele alertou em “As conseqüências econômicas da paz” estavam sendo exibidos – Foto: Getty Images

John Maynard Keynes não é somente o nome da revolução keynesiana, que tratou de repensar a economia nos anos 30. Seu livro “As conseqüências econômicas da paz”, escrito em 1919, quando tinha 36 anos, previu o caos que se seguiria na Europa após o tratado de paz de Versalhes, e a Alemanha nazista.

A opinião é do professor de ciência política no Boston College, Jonathan Kirshner, em artigo ao New York Times. “No dia 8 de dezembro de 1919, a Macmillan Press publicou um livro de um aparente obscuro funcionário do Terouro Britânico, que havia se demitido do governo por discordar do Tratado de Versalhes, que antecipou as conclusões do trauma da era da Primeira Guerra Mundial”, introduziu.

O documento explicava “os motivos de sua rejeição ao tratado, ou melhor, a toda a estrutura da conferência que debateu os problemas econômicos da Europa”, traz trecho da própria carta escrita por Keynes, na época.

“‘Economic Consequences’ é escrito majestosamente”, avaliou o professor de ciência política. “Seus retratos incisivos e sinceros dos pacificadores (Georges Clemenceau, David Lloyd George e Woodrow Wilson) refletiam a não proibida influência de Lytton Strachey, recentemente celebrada como ‘Eminentes Vitorianos’. O livro também foi extremamente controverso por suas avaliações da capacidade da Alemanha de pagar as reparações exigidas pelas vitoriosas potências aliadas.”

“O livro de Keynes é essencialmente quanto aos seus argumentos mais importantes. Mas foi, e continua sendo hoje, amplamente mal compreendido. As contribuições duradouras do livro podem ser encontradas não na primeira apresentação de Keynes dissidente (sua ‘rejeição ao tratado’), mas na segunda, sobre ‘os problemas econômicos da Europa’. Keynes estava emitindo um alarme sobre a fragilidade do Ordem européia”, continuou Jonathan Kirshner, no NYT.

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