Lídice critica a condução do projeto político comandado pelo PT baiano

Fernando Duarte
 

A senadora Lídice da Mata (PSB) insiste na tese de que uma candidatura do PSB ao governo da Bahia não se configura como de oposição ao atual governador Jaques Wagner. Ela, no entanto, criticou pela primeira vez a condução do projeto político comandado atualmente por Wagner, sob a égide do PT. “Não é porque o PT é o maior partido e tem, no caso, a presidente da República e o governador, que tem que ser o líder da frente política, do projeto político que nós estabelecemos na Bahia”, reclamou a senadora. O ataque nas entrelinhas, todavia, foi à condução e não ao condutor.

“Eu acredito que o projeto político para ser perene, para construirum processo de agregação e de representação simbólica daquilo que o eleitor escolheu, precisa abrir espaços dentro da própria frente e também ter limites”, apontou Lídice. Apesar do tom mais ácido, a senadora voltou a apontar que o PSB não pretende basear a campanha do próximo ano em ataques ao governo de Jaques Wagner. “Eu não posso participar de um governo durante sete anos e sair batendo no governo como se nunca lá estivesse. Eu posso me colocar como alguém que tem propostas e opiniões sobre o estado da Bahia, diferente da do governo. Eu não vou ter como principal palco da minha atuação criticar o governo, mas sim propor coisas novas para o estado”, defendeu a socialista.

Para Lídice, a política deve ter um caráter pedagógico e que os campos não se dividem apenas entre governo e oposição. “Nós temos que atuar na política sabendo que a política tem um caráter pedagógico. A engenharia política foi modificada e dá espaço para novas composições. As ruas mostraram isso, mas não só as ruas”.

Campos e Marina visitam Salvador no dia 19

O ato de filiação de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, ao PSB deve selar o ápice de surpresas do partido em 2013 em Salvador no dia 19 de dezembro. A data é a previsão da senadora Lídice da Mata, presidente estadual da sigla, que antecipou à Tribuna que a visita do dirigente nacional da legenda, Eduardo Campos, e da coordenadora do Rede Sustentabilidade, Marina Silva, com o objetivo de participar da filiação da jurista aconteceria entre os dias 18 e 20 do próximo mês.

“Nós estamos aguardando que possa ocorrer entre o dia 18 e o dia 20 do próximo mês de dezembro. Uma leve necessidade de confirmação, mas provavelmente será no dia 19”, afirmou Lídice, em entrevista à rádio Metrópole. Segundo a senadora, a adesão de Eliana reforçou a mobilização para a candidatura do PSB na Bahia. “Na segunda-feira à noite tivemos uma grande reunião de simpatizantes que estão se colocando à disposição para começar a preparar a campanha futuramente, mas começar uma mobilização de discussão de programa de governo e outras etapas que uma campanha exige”, relatou.

No entendimento de Lídice, ainda é cedo para falar na composição da chapa, porém é “provável” que Eliana figure como candidata ao Senado – a própria ministra reiterou o desejo de concorrer a senadora em 2014 em diversos momentos. “O PT terminou adiantando as eleições de 2014 para 2013, mas tem algumas coisas que são difíceis de serem adiantadas. Porque as conversas com os partidos estão lentas. Elas passam por interesses de diversas naturezas”, sugeriu a socialista.

“Nós precisamos dar tempo para que cada partido possa fazer isso. Além disso, obviamente, não há porque esconder, a definição da chapa do governo sempre norteia os que estão fora do governo. A força que eventualmente não compõe com o governo abre, portanto, a possibilidade de novas alianças. É cedo para dizer quais os partidos. Eu estou conversando com todos eles, pequenos, médios e grandes se for possível, mas eu estou valorizando nesse momento uma articulação direta com a sociedade, com segmentos organizados ou não”, revelou a senadora.

Fonte: Tribuna

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