Lula a Haddad: mesmo discurso; não ao mercado

Lula orienta Haddad a manter discurso e não assumir compromissos com mercado

Helena Chagas – Blog Os Divergentes

Não é esse o conselho de Lula, que está orientando Haddad a manter o discurso à esquerda, sob o argumento de que o povão não gosta de recuos e não vai aceitar nada que se assemelhe a alguma negociata eleitoral com forças como o centrão, por exemplo.

Na visão do ex-presidente, o mercado e adjacências já ão cansados de saber que um novo governo do PT não botará fogo no circo da economia – até porque sua atuação anterior não autoriza que os governos petistas sejam tachados como radiciais. “Qual a garantia que o mercado pode ter? A garantia é o que já fizemos, e nossos governos foram ótimos para eles”, diz um interlocutor de Lula, reproduzindo o que ele tem dito.

Essa posição não interdita conversas de Haddad com setores que podem antecipar apoio a ele, e nem mesmo com a ala do PSDB em que, reconhecidamente, tem amigos e que tende a votar nele se o candidato Geraldo Alckmin continuar imobilizado nas pesquisas. As conversas por amigos comuns já estão ocorrendo. Mas tudo com muito cuidado, para que não se dê a impressão de que qualquer compromisso de abrir mão de pontos do programa já anunciado esteja sendo assumido neste momento.

O interlocutor de Lula conta que a cúpula do PT está calejada, cansada de conversas que acabam resultando em mal-entendido. Cita, por exemplo, o ex-presidente Fernando Henrique, que faz grandes elogios a Haddad e acaba por divulgar uma carta em que considera sua candidatura extremista. Nem mesmo os petistas mais moderados engoliram o último movimento de FHC.

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