Mães de alérgicos criam campanha para que rótulos de alimentos sejam mais claros

Ao chegar no supermercado e se deparar com uma enorme quantidade de produtos de diferentes tamanhos, cores, marcas e tipos, as famílias de pessoas alérgicas enfrentam grandes problemas. Rótulos com letras muito pequenas, informações confusas, nomes complexos e vários outros empecilhos dificultam a compreensão dos dados informados pelas empresas. Para mudar esse cenário, mães de todo o Brasil criaram uma campanha na internet com o objetivo de abrir os olhos da população sobre a necessidade da rotulagem correta dos alimentos.

No Brasil, cerca de 30% da população brasileira sofre algum tipo de alergia – desses, 20% são crianças. O assunto preocupa não apenas pelas reações simples à alergia, porém também outras mais graves, como fechamento da glote e o choque anafilático, uma hipersensibilidade severa que afeta todo o corpo e pode levar à morte.

A página da campanha no Facebook – Põe no Rótulo – já teve mais de 27 mil curtidas e ganhou apoio de famosos como Zico, Ziraldo, cantor Daniel, entre outros. O grupo de mães tem representantes em todo Brasil, inclusive em Pernambuco.

Leite, soja, peixe, crustáceos e amendoim são alguns dos principais alimentos alérgenos que precisam estar claramente descritos nas embalagens dos produtos. É o que explica, Darcy Girão, 31 anos, mãe da pequena Isabel, 1 ano e 11 meses. Ela conta ser difícil lidar com a alergia: “É preciso fazer uma restrição alimentar e nem sempre está descrito no rótulo se há ou não determinados ingredientes”.

Sem a identificação correta, as pessoas precisam entrar em contato com os SACs (Serviço de Atendimento ao Consumidor), que, muitas vezes, não têm treinamento, preparo e/ou informação suficientemente segura para esclarecer a dúvida do consumidor. “Se estivesse no rótulo, seria bem mais fácil”, afirma Darcy.

Para a nutricionista e fiscal da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Lenilda Alcântara, “a legislação existe, mas ainda assim algumas empresas fazem a rotulagem incorreta. A orientação que a gente dá é que os consumidores fiquem atentos aos rótulos dos produtos”. Lenilda explica que a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) objetiva sobre rotulagem dos alimentos (nº 259/2002) e obriga os fabricantes a informarem na embalagem dados básicos como nome do produto, lista de ingredientes, conteúdo líquido, prazo de validade, identificação de origem, entre outros. Apesar disso, apenas o glúten deve estar claro se contém ou não nos alimentos industrializados. ( NE10)

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