Médicos da rede municipal estão sem previsão de receber salário de dezembro

Manifestantes deram um abraço simbólico na CSF Wilma Costa, a primeira unidade básica a ser fechada desde o início da greve, há quatro semanas
Manifestantes deram um abraço simbólico na CSF Wilma Costa, a primeira unidade básica a ser fechada desde o início da greve, há quatro semanas Foto: Divulgação
Bruno Alfano

O novo ano não trouxe esperanças aos profissionais da saúde municipal do Rio. Duas organizações sociais (OSs) enviaram comunicados aos seus funcionários informando que não há previsão de pagamento do salário de dezembro porque não receberam os repasses da Prefeitura do Rio. A Secretaria municipal de Saúde não negou os atrasos, mas se recusou a informar o valor da dívida.

A OS Viva Rio afirmou, no comunicado, que “por conta dos atrasos nos repasses da prefeitura infelizmente” não conseguiram pagar os salários no dia correto, que foi ontem, quinto dia útil do mês. “Lamentamos profundamente a situação, mas somos uma instituição sem fins lucrativos que depende dos repasses públicos acordados em contrato para honrar seus compromissos. Estamos em contato com a prefeitura para regularizar os salários e benefícios o quanto antes”, escreveu na nota enviada aos funcionários.

O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) também se posicionou em comunicados os colaboradores. Ela informou que o pagamento dos salários será efetuado “tão logo a prefeitura realize os repasses referentes aos contratos de gestão“. E prosseguiu: “Nossa equipe lamenta a situação e está constantemente em contato com a Secretaria municipal de Saúde buscando tal regularização”.

Funcionários de outras OSs também relatam atrasos. Os funcionários contratados diretamente pela Prefeitura do Rio receberam na última segunda-feira.

— Estão tentando nos vencer pelo cansaço. As pessoas estão sendo assediadas, estão adoecidas, sem notícia de um ano mais regular e agora com férias canceladas — contou uma médica da rede, contratada por uma OS que está com o salário atrasado.

Na próxima quinta-feira, haverá uma reunião na prefeitura com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Secretaria municipal de Saúde, as organizações sociais e um grupo de trabalhadores. A pauta é a regularização dos atendimentos nas unidades de saúde, um possível fim da greve e a regularização dos salários, medicamentos e insumos.

A Subsecretaria de Saúde Complementar informou que se reúne, ainda nesta semana, com representantes das organizações sociais para discutir questões relativas ao salário dos profissionais e à assistência à população. “A Secretaria municipal de Saúde já solicitou antecipação dos repasses, autorizados pela Secretaria de Fazenda, com o objetivo de regularizar os salários e benefícios ainda em aberto o mais rapidamente possível”, afirmou a pasta, em nota.

O Iabas informou ao EXTRA que aguarda os repasses referentes ao mês de dezembro da Prefeitura do Rio, assim como o pagamento dos valores de meses anteriores, referentes a oito dos nove contratos de gestão que possui no município, para quitação da folha salarial e do 13º dos colaboradores. Já a Vivo Rio afirmou à reportagem que é uma instituição sem fins lucrativos que depende dos repasses públicos previstos em contrato para honrar seus compromissos. “Estamos em contato constante com a Prefeitura do Rio para regularizar os salários e pagamentos a fornecedores o quanto antes”, afirmou.

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