Merval, do Globo, diz que Bolsonaro já pode ser chamado tecnicamente de genocida

“O que era um exagero de retórica política, chamá-lo de genocida, passou a ser uma acusação baseada em fatos e apoiada por uma comissão de juristas, pois os experimentos médicos feitos sob inspiração do governo estão comprovados”, escreve

(Foto: Reprodução | Carolina Antunes/PR)

Jair Bolsonaro é genocida, escreve o jornalista Merval Pereira, em sua coluna no Globo, nesta quinta-feira. “A condescendência das autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) com o presidente Bolsonaro, permitindo que assumisse o púlpito para fazer o discurso de abertura da sessão inaugural sem estar vacinado, não se justifica, pois, como ficou comprovado, ainda não há segurança de que quem já teve Covid-19 esteja protegido de ser infectado novamente ou de infectar alguém”, assinala.

“O que temos até agora, porém, já é suficiente para que a CPI da Covid possa apresentar um relatório tenebroso. O que era um exagero de retórica política, chamá-lo de genocida, passou a ser uma acusação baseada em fatos e apoiada por uma comissão de juristas, pois os experimentos médicos feitos sob inspiração do governo estão comprovados, como no depoimento do diretor-presidente da Prevent Senior”, pontua.

“Quando, no início da gestão de Pazuello, o governo resolveu alterar a metodologia da contagem de mortos na pandemia por imaginar que havia supernotificação da doença, já tinha em mente manobras como as da Prevent Senior, que registrava pneumonia em vez de Covid-19 para reduzir o número de óbitos. Vemos agora que havia uma subnotificação, como os organismos médicos suspeitavam, não apenas pelas mortes não registradas nas regiões mais pobres do país, mas, com requinte de crueldade, em hospitais que, sob os auspícios do governo, maquiavam para baixo a taxa de mortalidade”, acusa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *