Mesmo mais estruturado e habituado, Flamengo amplia figuração em torneios internacionais

Diogo Dantas

Das 14 participações do Flamengo na Libertadores, metade se deu a partir de 2007, quase que ano sim, ano não. Em pouco mais de uma década, foram sete eliminações, três na fase de grupos, três nas oitavas de final e uma nas quartas. São doze anos de figuração. Que engloba não apenas a principal competição do continente. Na Copa Sul-Americana, da qual jamais foi campeão, o vice-campeonato ano passado só referendou a pouca tradição do clube no continente nos últimos anos. Desde 1981, a última conquista internacional foi a Copa Mercosul de 1999, há quase vinte anos. Jejum já maior que o posterior ao título mundial, que foi de 18 anos.

Os motivos para um desempenho aquém do esperado para o principal objetivo temporada sim, temporada também, não passam mais por problemas financeiros do clube. A capacidade de investimento em um elenco qualificado e a melhor estrutura de trabalho aumentaram especialmente desde 2013, com a entrada do presidente Eduardo Bandeira de Mello. Os frutos, no entanto, não redundaram em destaque internacional. Embora os dirigentes sempre tenham falado no sonho de voltar a disputar um Mundial de Clubes.

Eis os fatos que reforçam o sonho: a melhor campanha recente na Libertadores foi em 2010, quando chegou às quartas de final. Nesta fase, também parou em 1991 e 1993. Nas oitavas, por onde ficou este ano, chegou também em 2007 e 2008. As melhores participações depois do título de 1981 foram no ano seguinte e dois anos depois, quando o clube disputou o triangular semifinal. Das cinco quedas na fase de grupos, três aconteceram nos últimos doze anos (2012, 2014 e 2017). As outras foram em 1983 e 2002.

O recorte na Sul-Americana é ainda mais desanimador. Sem título, chegou à final ano passado, mas caiu nas oitavas de final nas três participações anteriores (2009, 2011 e 2016), e na fase preliminar nas duas primeiras (2003 e 2004). Seja neste século, seja na última década, a presença habitual do Flamengo nas competições da América do Sul é meramente participativa.

Clube teve tempo para fazer diferente em 2018

Em 2018, a meta era ir mais longe. O título estava nos planos, mas no meio da temporada houve uma reformulação forçada que a diretoria não se precaveu. O clube teve tempo durante a parada da Copa do Mundo e uma janela de transferência maior para repor algumas perdas. Saíram Vinícius Junior, Everton, Guerrero e o volante Jonas. Chegaram Uribe, Vitinho e Piris da Motta. A direção avaliou que não precisaria de laterais. E não dispõe no elenco de meias para disputarem posições com Paquetá, Everton Ribeiro e Diego.

Até mesmo manter Vinicius Junior por empréstimo foi uma tentativa fracassada. Nenhum dirigente viajou para a Espanha para tentar convencer o Real Madrid sobre a liberação. Resignado, o Flamengo se contentou com a última parcela da venda milionária do jogador de 18 anos que vinha fazendo a diferença na equipe no primeiro semestre. Insatisfeito, Everton também saiu e hoje brilha no São Paulo. Não houve reposição tática à altura.

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