“Metas climáticas dever ser mais ambiciosas”, acredita setor empresarial brasileiro

Durante a Climate Week Nova York, que acontece esta semana, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) apresentará iniciativas do setor privado para conter desmatamento ilegal e metas mais ambiciosas para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Imprensa

O aumento do desmatamento ilegal da Amazônia despertou a atenção internacional dos maiores investidores sobre as iniciativas de preservação da floresta e as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) assumidas pelo país no Acordo de Paris. Para mostrar o comprometimento do setor empresarial com essa agenda, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) apresentará na Climate Week de Nova York, as iniciativas das empresas por uma ambição climática que priorize emissões zero (net zero) e um desenvolvimento socialmente justo pós-pandemia.

Um dos principais eventos globais sobre mudanças climáticas, a Climate Week de Nova York, organizada pela The Climate Group, acontece de 21 a 27 de setembro, com mais de 350 eventos, que reunirão líderes empresariais e governamentais, além de especialistas de diversas áreas, para a construção de consensos a respeito de ações climáticas mais ambiciosas que permitam manter o aumento da temperatura global em até 2°C. A agenda do evento pode ser acessada aqui.

“Estima-se que as emissões de GEE no planeta tenham uma queda de 6% neste ano, reflexo da redução na queima de combustíveis fósseis. Na contramão, o Brasil pode ter um aumento de 10% a 20% de emissões em relação a 2018, dependendo da trajetória do desmatamento na Amazônia nos próximos meses e do tempo para o início da recuperação da economia. Esta trajetória crescente de emissões de GEE segue no sentido oposto da forte retração prevista para a economia brasileira e global, e também na contramão das metas da nossa Política Nacional sobre Mudança do Clima”, alerta a presidente do CEBDS, Marina Grossi.

Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, a consideração com o meio ambiente e a sociedade é essencial para a sobrevivência das empresas no mercado (Foto: Divulgação)

Marina ainda destaca o ano especialmente difícil vivido pelo país, com o agravamento da recessão econômica e os efeitos da pandemia do novo coronavírus. “Perdemos muitas vidas, negócios e empregos estão em risco, e a confiança dos brasileiros foi afetada. Em termos de ambição climática , há muito o que ser feito. Ao deixar de cumprir as metas climáticas para 2020, o

Brasil deve entrar endividado no período de cumprimento do Acordo de Paris, o que tornará a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) mais cara e difícil de cumprir”.

O CEBDS estará presente em três painéis virtuais na Climate Week de Nova York, em evento próprio e em parcerias com o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e a iniciativa Amazônia Possível. O Conselho também apoia um evento realizado pela Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

Ativistas durante evento em Nova York.

O evento oficial do CEBDS acontece na sexta-feira (25), às 10h, com o painel Como o Setor Empresarial está apoiando a Amazônia. O evento reunirá representantes do setor empresarial para apresentar iniciativas de apoio a Amazônia, sob os valores da bioeconomia, por meio de soluções baseadas na natureza, enfrentando os desafios colocados pelas mudanças climáticas, perda de biodiversidade e de direitos humanos.

A programação tem início nesta terça-feira (22), com o lançamento internacional do Guia “10 Princípios Empresariais para uma Amazônia Sustentável”, uma parceria entre CEBDS, Instituto Arapyaú, Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Instituto Ethos, Rede Brasil do Pacto Global da ONU e Sistema B. O Guia pretende ser um norteador para empresas que desejam operar de forma mais sustentável na região amazônica.

Na quarta-feira (23), às 10h, a presidente do CEBDS participa do debate virtual sobre a recuperação verde e a perspectiva brasileira, realizado em parceria com o iCS. O evento apresentará possibilidades de implementação de Planos de Recuperação com foco no clima e em uma nova economia mais sustentável, considerando os setores público e privado. Às 15h, o CEBDS apoia o debate promovido pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, sobre rastreabilidade no setor agropecuário como forma de proteção das florestas brasileiras e ganho de credibilidade junto ao mercado internacional.

 

 

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