Michel Temer, sobre o impeachment: “é impensável”

Vice-presidente da República e articulador político do governo Dilma, Michel Temer diz que abertura de processo “abalaria instituições democráticas”

O vice-presidente da República, Michel Temer, participa da Reunião Inaugural das atividades dos Conselhos Superiores Temáticos da Fiesp, no Centro de São Paulo - 26/01/2015
Vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB)(Murillo Constantino/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta segunda-feira, em Lisboa, capital portuguesa, que é “impensável” a hipótese do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu acho impensável, porque nós temos que ter tranquilidade institucional no nosso país”, disse o peemedebista após o encerramento do Seminário Empresarial Brasil-Portugal. “Não podemos abalar as nossas instituições democráticas falando desse assunto. Volto a dizer: é matéria impensável.”

O vice-presidente disse ainda que suas relações com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são “as melhores possíveis” e que o correligionário fez uma declaração “extremamente útil” quando disse que não cabe a hipótese de impedimento da presidente da República. No domingo, ao participar de evento empresarial na Ilha de Comandatuba (BA), Cunha afirmou que não aceitaria um pedido de abertura de processo de impeachment com base em fatos ocorridos no mandato anterior de Dilma. “Isto [aceitar o pedido de impeachment] é uma tarefa, digamos assim, do PMDB”, afirmou Temer. “O PMDB está nessa posição, e o Eduardo Cunha está retratando precisamente essa posição.”

Sabatina – Questionado se o PMDB está unido em relação à aprovação do jurista Luiz Edson Fachinpara a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal, Temer disse que ele “é um jurista da melhor qualidade” e que “o Senado estará sensibilizado exatamente para as qualificações jurídicas” de Fachin. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse não poder garantir previamente a aprovação do nome do jurista na sabatina a que ele será submetido.

Protestos – Temer também comentou as manifestações contra a corrupção e o governo Dilma em todo o país. Novo articulador político da presidente, o vice afirmou que o Executivo deve ter atenção às reclamações dos protestos. “O povo, quando vai às ruas, pede melhorias”, disse. “O que nós temos de fazer, abertos ao alerta feito pelo povo, é exatamente atender a esses pleitos.”

Europa – Na manhã desta segunda-feira, o vice-presidente foi recebido em audiência pelo Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva. A agenda de Temer também inclui um encontro com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ainda nessa segunda, e uma reunião com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. Na terça-feira à noite, Temer segue de Portugal para a Espanha.

(Com Estadão Conteúdo)

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