Ministro da Justiça nega pressão sobre servidores em caso de extradição de blogueiro bolsonarista
Ministro da Justiça, Anderson Torres, negou a existência de pressões sobre servidores no processo de extradição de Allan dos Santos
O ministro da Justiça, Anderson Torres, usou as redes sociais para negar que a cúpula da pasta tenha exercido pressões durante o processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos como afirmado por três servidores em depoimento à Polícia Federal. No Twitter, o ministro afirmou que “nunca houve ‘pressão’ do @JusticaGovBR no caso; e que existiu apenas um “pedido de acesso legítimo, do Secretário de Justiça aos autos, o que lhe foi negado pela sua subordinada”.
Ainda segundo ele, “a principal causa da exoneração da chefe da DRCI foi ela ter faltado com a verdade, e, informado somente em 4/11, que o processo já havia saído do MJSP em 19/10”. Até o momento, a Interpol não incluiu Allan dos Santos na lista de difusão vermelha”, completou.
Em depoimento à PF, a ex-diretora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), a delegada de Polícia Federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira, confirmou ter sido pressionada com pedidos de informações sobre o andamento do processo de extradição feitos pelo chefe de Gabinete do MJSP, brigadeiro Antônio Ramirez Lorenzo, e pelo secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, amigo pessoal dos filhos de Jair Bolsonaro. Ela foi exonerada do cargo que ocupava pouco após ter encaminhado o processo de extradição para os EUA.
O coordenador de extradição do DRCI, Rodrigo Sagastume, e a diretora substituta do DRCI, Priscila Campelo, também relataram à PF que o caso do blogueiro foi a primeira vez em que a cúpula do ministério tentou interferir em um processo de extradição, além de pedir informações e cópias do material.