Miola: “se piscarmos os olhos, militares assumem efetivamente o poder”

Analista político afirma que os militares fazem ativismo antidemocrático e ilegal ao tentar emplacar o novo ministro da Defesa

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(Foto: Reprodução | Antonio Cruz/Agência Brasil)

 O jornalista e analista político Jeferson Miola, em entrevista à TV 247, afirmou que a manobra dos militares para emplacar José Múcio Monteiro Filho como o novo ministro da Defesa no governo Lula (PT) é uma tentativa de “reposicionamento para continuar, no próximo período, exercendo esta função que não abdicam: de detentores do poder capazes de dirigir os destinos da nação”.

“Em certo sentido, o governo Bolsonaro é um aperitivo de até onde eles podem ir, ou pelo menos um patamar onde eles alcançaram e se dispõem a estabelecer uma lógica de poder e de governo. O Bolsonaro, inclusive, expressou isso. Ele é um governo militar, não só pela presença nominal dos militares, mas pela sua concepção, sua origem, seus genes, sua gestação, suas escolhas e pelo próprio poder exercido pelos militares do alto comando do Exército brasileiro, inclusive, nas escolhas estratégicas ou circunstanciais que o governo fez”, argumenta.

“É o que estamos vivendo, este jogo muito tenso com as estratégias de desinformação e, sobretudo, o ativismo deles [militares]. Estão fazendo o que se dispõem a fazer: que é se intrometer na política. Essa cogitação do nome de José Múcio para ocupar o Ministério da Defesa é decorrente de uma iniciativa deles no debate com o objetivo de colocar alguém que eles possam se sentir super à vontade”, conclui Miola.

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