Moro não tem como explicar o inexplicável

O ministro Sérgio Moro agiu corretamente ao oferecer-se para depor ontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado sobre a “tabelinha” que celebrou com o Ministério Público Federal durante o período em que comandou a Lava Jato. Ele não esperou ser convidado como testemunha, ou mesmo convocado, o que o deixaria obrigado a comparecer.Apresentou-se espontaneamente à Comissão após garantir ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que não havia nada demais na troca de mensagens que manteve como o procurador Deltan Dallagnol. Moro chegou e saiu da CCJ exatamente do mesmo jeito.

Os que o consideram inocente, como o próprio Fernando Bezerra, não vão mudar esse ponto de vista após a publicação das mensagens pelo site “The Intercept Brazil”. E os que o consideram culpado, como o senador Humberto Costa (PT-PE), continuarão achando que o ministro cometeu um desvio de conduta que comprometeu a lisura da Operação. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, entretanto. Moro, de fato, não tem como explicar o inexplicável. Se é verdade, como diz ele, que o juiz pode conversar tranquilamente com a acusação e a defesa, neste caso específico ele agiu como colaborador do Ministério Público, tomando partido contra o ex-presidente Lula e ajudando a coletar provas para robustecer sua condenação.   (Inaldo Sampaio)

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