Morre Olivier de Serres, pai da agronomia

Pioneiro no estudo científico das técnicas agrícolas, o agrônomo francês promoveu novos plantios, como a batata, o milho, e o tabaco

Filho de mercadores de tecidos protestantes, Olivier de Serres, autodidata francês, pioneiro no estudo científico das técnicas agrícolas e na investigação do melhoramento da agricultura, sendo geralmente considerado o pai da agronomia, morre em 2 de julho de 1619.

Muito cedo, já tinha lido os agrônomos latinos e se apaixona pela agricultura. Aos 20 anos, despreocupado em relação às guerras de religião, vende terras dispersas para formar um vasto domínio em Pradel, perto de Villeneuve-de-Berg.

Multiplica rapidamente o valor de suas terra, aplicando inovações: dragagem e irrigação, compostagem de dejetos orgânicos, sulfuração da vinha, eliminação do alqueive…

Wikicommons

Medalha de prata francesa com a imagem de Olivier de Serres, da sociedade agrícola Rural de Toulouse.

Era habitual até então alternar as culturas todos os anos a fim de permitir que o solo se regenerasse segundo o princípio da alternância de cultivos trienal: num primeiro ano cultivava-se cereais de inverno (trigo ou centeio); no ano seguinte, cereais de primavera (cevada); no terceiro ano, por fim, deixava-se o solo em transformar-se em pasto natural para que ele repousasse e ao mesmo tempo servisse para alimentar o gaso bovino da aldeia.

Em lugar do pasto natural, Olivier de Serres promoveu a cultura de plantas forraginosas como a alfafa, que tinha a dupla vantagem de alimentar o gado e de aportar ao solo o azoto indispensável para conservar sua fertilidade.

O agrônomo promoveu também novas culturas como o milho, o lúpulo, a beterraba, da qual assinalou as qualidades açucareiras, o açafrão, o algodão, os frutos cítricos, o tabaco, a tulipa, o arroz e fundamentalmente a batata.

Em fevereiro de 1599, desejoso de resgatar uma dívida do rei para com sua família, Olivier de Serres entra em contacto com seu ministro, Maximilien de Béthune, futuro Sully. Este lhe indaga sobre o bicho da seda e pede para publicar seu Tratado da Colheita da Seda por meio da Alimentação dos Bichos que a Fazem.

Milhares de exemplares são distribuídos no reino tendo em vista implantar a cultura da seda e desswe modo evitar as custosas importações. Olivier de Serres, a pedido do rei, planta para esta finalidade 20 mil amoreiras nos jardins das Tuilerias em Paris.

No ano seguinte publica sua obra maior, que recompila o conjunto de suas pesquisas, Le théâtre d’agriculture et mesnage des champs, trabalho que pode ser considerado como o primeiro curso de agricultura e de economia rural científica da França, onde tem início o regime de exploração agrária de meação.

Note-se que a antiga expressão ‘mesnage’ é empregada no sentido de economia. Confere ao francês moderno a palavra ‘ménagère’ que designa a pessoa, geralmente uma mulher, encarregada da economia doméstica e em inglês o vocábulo ‘manager’, que designa a pessoa, geralmente um homem, colocado à frente de uma grande empresa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *