Em plena crise do coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro não deixa de tentar reescrever a história através de uma narrativa positiva da ditadura militar. O vice-presidente Hamilton Mourão aproveitou o aniversário do golpe de 1964, nesta terça-feira (31), para exaltar a ditadura que se alastrou no país e perseguiu, torturou e matou minorias e opositores.
“Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população. Com a eleição do General Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil. #31deMarçopertenceàHistória”, escreveu o vice-presidente de Jair Bolsonaro no Twitter.
Ao contrário do que foi dito por Mourão, o ex-presidente Castello Branco não foi eleito. O militar em questão foi o primeiro da ditadura militar no Brasil, sendo então um dos articuladores do golpe de 64. Uma de suas primeiras medidas, por exemplo, foi a promulgação do Ato Institucional 2, que aboliu o pluripartidarismo e concedeu poderes ao presidente para cassar mandatos de deputados e convocar eleições indiretas.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também elogiou o golpe militar através de um comunicado emitido nesta segunda-feira (30). Nele, o ministro diz que a ditadura é um “marco para a democracia brasileira”.
De acordo com a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade e (Lei 1.079/50) e o Código Penal (artigo 287), exaltar a ditadura militar é considerado um crime no Brasil.