Mourão qualifica manifestantes antifascistas como “baderneiros” e quer repressão

General Hamilton Mourão, vice-presidente da República
General Hamilton Mourão, vice-presidente da República (Foto: Alan Santos/PR)

“A apresentação das últimas manifestações contrárias ao governo como democráticas constitui um abuso, por ferirem, literalmente, pessoas e o patrimônio público e privado, todos protegidos pela democracia”, inicia o general Mourão seu artigo no jornal O Estado de São Paulo, ignorando que as manifestações começaram pacíficas e que os atos de violência foram isolados e muitas vezes provocados pelas forças policiais.

Recorrendo a velho truque de retórica da direita, o general Mourão escreve que as manifestações ocorridas no Brasil são “umbilicalmente” ligadas ao “extremismo internacional”.

Batendo na tecla de que os manifestantes são baderneiros, o general os ameaça com repressão: “Baderneiros são caso de polícia, não de política”.

O general vai mais longe em seu argumento e ameaça também forças políticas que segundo ele querem fazer os manifestantes de “arma política”. “Dirijo-me aos que os usam, querendo fazê-los de arma política; aos que, por suas posições na sociedade, detêm responsabilidades institucionais”.

“É lícito usar crimes para defender a democracia? Qual ameaça às instituições no Brasil autoriza a ruptura da ordem legal e social? Por acaso se supõe que assim será feito algum tipo de justiça?” – questiona o general Mourão

O vice-presidente da República, por outro lado, chama de “exageros retóricos” “impensadamente lançados” as manifestações da extrema direita bolsonarista contra as instituições democráticas e o Estado democrático de direito.  E faz novas acusações: “A prosseguir a insensatez, poderá haver quem pense estar ocorrendo uma extrapolação das declarações do presidente da República ou de seus apoiadores para justificar ataques à institucionalidade do País.

Finalmente, na tentativa de afirmar que o Brasil sob o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, o general Mourão não acha razoável “comparar o regime político que se encerrou há mais de 35 anos com o momento que vivemos no País”.

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