Marcinho
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Marcinho

O Ministério Público do Rio, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e Barra da Tijuca, denunciou o então jogador do Botafogo Márcio Almeida de Oliveira, o Marcinho, por homicídio culposo na direção de veículo pelo atropelamento que matou Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima. O acidente aconteceu por volta de 20h30m do dia 30 de dezembro, quando o casal de professores atravessava a Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste .

Foto: Vitor Silva/Botafogo

De acordo com a denúncia, há ainda o agravante de Marcinho não ter parado para prestar socorro às vítimas. Durante as investigações do caso, feitas pela 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), Marcinho alegou ter fugido do local do atropelamento com medo de ser linchado, já que constantemente recebia ameaças da torcida do Botafogo. Ele abandonou o seu Mini Cooper na Rua Professor Hermes Lima. Depois de ser periciado, o carro foi rebocado para a garagem do prédio onde mora o pai do lateral-direito.

As investigações mostram ainda que a “velocidade excessiva” do carro dirigido pelo atleta foi uma das causas do atropelamento . Ele trafegava a 98km/h ao passar pela altura do 17.170 da Lúcio Costa. O laudo de exame de local de acidente de trânsito, produzido pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), concluiu que a equação tem uma margem de erro de 12 km/h, de modo que a velocidade poderia variar entre 86km/h e 110km/h. A velocidade máxima da via é de 70 km/h.

Em depoimento prestado na delegacia, cinco dias depois do atropelamento, Marcinho disse estar em baixa velocidade, cerca de 60km/h, e que tentou frear e desviar das vítimas.

Um vídeo do circuito interno de câmeras de segurança do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, anexado ao inquérito, mostra Marcinho bebendo cinco chopes entre 11h e 13h30m do dia do acidente. Em entrevista ao Fantástico, o jogador confirmou ter ido ao bar com amigos, mas negou ter consumido bebida alcoólica no local. “Estávamos conversando. Não ingerimos nada, eles até beberam, eu fiquei sem beber nada”, disse.

Segundo o delegado Alan Luxardo, titular da 42ª DP, como Marcinho fugiu do local do atropelamento, não tendo realizado teste de alcoolemia, é impossível inferir se ele estava sob efeito de bebida alcoólica ao atingir Maria Cristina e Alexandre.

A denúncia do Ministério Público foi oferecida na última segunda-feira, dia 22, ao juízo da 34ª Vara Criminal da Capital. A pena prevista para o crime de homicídio culposo é de dois a quatro anos de prisão, aumentada de um terço quando não há a prestação de socorro.

Procurado pelo GLOBO, o advogado do jogador não retornou os contatos. Já a assessoria de imprensa de Marcinho informou que ele não irá se pronunciar sobre o caso.