“Não ouvirei calada”, diz Dilma sobre ataques da oposição à Petrobras

Em seu desembarque no Estado ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou a entrega do terceiro navio fabricado em solo pernambucano para a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e fez uma defesa inflamada da petrolífera. Em um momento em que a estatal está imersa em uma crise política, alvo de inúmeras investigações de corrupção a gestão temerária, afirmou que os 11 anos de comando petista reergueram a empresa. E garantiu a apuração de todas as irregularidades. Rebateu, sem citar nomes, as críticas de que a Petrobras perdeu seu valor e relevância no mercado mundial. Recado com endereço certo: os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

“Manipulam os dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente a realidade do mercado mundial de petróleo para transformar eventuais problemas conjunturais de mercado em supostos fatos irreversíveis e definitivos”, bradou a presidente para a plateia majoritariamente formada por funcionários do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo de Suape. A presidente da Petrobras, Graça Foster, estava ao lado da presidente em toda a cerimônia. É a primeira vez que aparecem juntas em ato público desde a recente onda de denúncias contra a empresa.

Também ouviram o contra-ataque da preside ministros, auxiliares, sindicalistas, parlamentares governistas e alguns dos maiores empresários do País – presidentes do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, Vitor Hallack, e da Queiroz Galvão, Ricardo de Queiroz Galvão.

Quando a crise acerca da aquisição da refinaria norte-americana de Pasadena, nos EUA, começou a mostrar seu poder de fogo, mês passado, o ex-governador Eduardo Campos atacou a perda, pela metade, do valor de mercado da Petrobras e a multiplicação por quatro de sua dívida. Já Aécio Neves defendeu ontem, em Salvador, “reestatizar” a Petrobras, que foi ocupada por um “partido para fazer negócios”.

A presidente Dilma Rousseff lançou mão de números em diversas frentes para sustentar que foi com o PT no Palácio do Planalto que a Petrobras mais cresceu (ver arte ao lado). Lembrou que no passado sequer acreditaram – num ataque velado à “direita” – haver petróleo no Brasil e depois que não queriam tamanha riqueza nas mãos de uma empresa pública.

“Por anos seguidos, o favorecimento à importação de navios e plataformas, a falta de planejamento e a ausência de uma política de conteúdo nacional trouxeram sérios problemas para os fornecedores nacionais. A redução dos investimentos em geral, em especial em tecnologia, a baixa valorização e a renovação do capital humano corroeram essa grande empresa”, apontou.

CORRUPÇÃO
Com a prisão do ex-diretor Paulo Roberto Costa, um negócio alvo de pelo menos quatro investigações e sob risco de integrar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso – a compra de Pasadena, que custou R$ 1,18 bilhão –, e uma refinaria que aumentou nove vezes de valor em sete anos e é apontada como exemplo a não ser repetido tamanhos os superfaturamento em etapas de sua construção (Abreu e Lima, em Suape); a presidente Dilma Rousseff garantiu que comandará ampla investigação na estatal.

“Não transigirei em combater todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja. Mas, igualmente, não ouvirei calada a campanha negativa dos que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa que o nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas”, prometeu.

“Não podemos permitir, é bom dizer isso, como brasileiros que amam e defendem este País, que se utilizem ações individuais e pontuais, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem de nossa maior empresa, a nossa empresa-mãe. A Petrobras é maior do que qualquer um de nós. A Petrobras tem o tamanho do Brasil”, finalizou. (JC Online)

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