Neto de Ariano Suassuna lamenta vandalismo em estátua

 

A estátua foi inaugurada em 2017 ((Foto: Lu Streithorst/PCR/Divulgação))

A depredação sofrida pela estátua do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna causou comoção nas redes sociais. A obra, localizada na Rua da Aurora, área central do Recife, foi vandalizada na madrugada desta segunda-feira (21). Foi também pelas redes sociais que João Suassuna, neto de Ariano, recebeu – com surpresa – a notícia. Apesar disso, João não acredita que tenha sido um ataque à figura do avô, mas lamenta o ataque ao patrimônio público. Segundo ele, a depredação “é um fato que dói na alma”, mas espera que, a partir de um ato de vandalismo como esse, pode haver “aprendizado e reflexão, sobretudo pelo fato de Ariano ser um defensor incomparável da cultura e do povo brasileiro”.

João afirma, também, que percebeu a indignação das pessoas nas redes sociais, e que a notoriedade do avô “levou a uma comoção maior, e pode levar a uma reflexão e as pessoas começarem a ter a sensação de viver a cidade, de pertencimento, de perceber que isso tudo é nosso e a gente tem que cuidar”.

As estátuas do circuito da poesia começaram a fazer parte da paisagem do Recife em 2005. Ao todo, 17 estátuas integram o Circuito da Poesia, todas assinadas pelo artista plástico Demétrio Albuquerque. Além da estátua de Ariano Suassuna, inaugurada em 2017, outros 16 autores estão representados no Circuito: Manuel Bandeira (Rua da Aurora); João Cabral de Melo Neto (Rua da Aurora); Capiba (Rua do Sol); Carlos Pena Filho (Praça da Independência); Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro); Antônio Maria (Rua do Bom Jesus); Ascenso Ferreira (Cais da Alfândega); Chico Science (Rua da Moeda); Solano Trindade (Pátio de São Pedro); Luiz Gonzaga (Praça Mauá); Mário Mota (Pátio do Sebo); Joaquim Cardozo (Ponte Maurício de Nassau), Alberto da Cunha Melo (Parque 13 de Maio), Celina de Holanda (Avenida Beira Rio); Liêdo Maranhão (Praça Dom Vital) e Naná Vasconcelos (Marco Zero).

De acordo com a Emlurb, responsável pela manutenção e preservação das obras, somente para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo, a Prefeitura chega a gastar aproximadamente R$ 2 milhões por ano. Ainda segundo o órgão, o valor destinado a esses reparos seria suficiente para a construção de duas Upinhas por ano, uma escola padrão ou duas novas creches. O valor seria ainda suficiente para a implantação de cerca de 1.700 novos pontos de iluminação em LED, ou ser utilizado na requalificação de cerca de 20 escadarias com inclusão de corrimão. Para auxiliar na preservação das obras, a Emlurb disponibiliza um número de telefone para denúncias e sugestões, o 156.

Fonte: Diário de Pernambuco

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