Nilo e Negromonte rechaçam uma terceira via para vice de Rui Costa

Osvaldo Lyra e Vitor Fernandes

 

A possibilidade de o governador Jaques Wagner escolher uma mulher para a vice na chapa majoritária do PT, comandada pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa, acendeu o sinal de alerta para os concorrentes ao posto. Mário Negromonte (PP) e Marcelo Nilo (PDT) se reuniram ontem em restaurante de Salvador para traçar estratégias e, obviamente, falar sobre a conjuntura política atual. Ambos, em contato com a Tribuna da Bahia, recentemente, declararam não acreditar na possibilidade de uma mulher de outro partido ser uma terceira via para apaziguar os ânimos na base governista, ao menos entre PP e PDT – considerados como dois grandes partidos do grupo.

Força política, densidade eleitoral e poder de aglutinação foram alguns dos conceitos defendidos por Nilo e Negromonte. Entretanto, o PCdoB, que não tem toda essa expressão, apresentou o nome da deputada federal Alice Portugal para conhecimento geral como uma postulante ao cargo de vice. O lançamento do nome de Portugal gerou um efeito devastador que até o governador, direto do Japão, teve de conceder entrevista à Rádio Metrópole para dizer que vê com simpatia uma mulher na chapa, mas deixou escapar que não seria de outro partido que não fosse do PP ou do PDT. “Eu não diria que é uma mulher de outro partido. Essa novidade eu não estou sabendo. Vai ver que quando eu vim para o Japão alguém fez isso aí”

“O governador já disse em alto e bom som que está entre o PDT e o PP. O PDT já anunciou o meu nome, o PP anunciou o de Mário, não tem sentido ter uma terceira via. Para mim tanto faz ser homem ou mulher, o importante é ter condições de ser o vice. O importante é ter força política, ajudar a chapa, ter um nome leve, ter cidade eleitoral, força política, estar sintonizado com o programa de governo, conhecer os problemas da Bahia, não tem esse negócio de homem ou mulher, para mim isso não existe”, pontua Nilo, respondendo também que sempre participou das agendas do governo – e agora com ainda mais ímpeto.

Já Negromonte disse que não se trata de sexo. “[Depende] sim de um partido que tenha um conjunto de fatores, como densidade eleitoral, que agregue, que tenha tempo de televisão, que tenha um número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais”. Fato é que nem o PP e nem o PDT têm nomes femininos para apresentar e isso estaria sendo o fiel da balança para a escolha de Wagner. O que parecia ser uma terceira via ficou mesmo na conversa de bastidores, porque neste caso, ao invés de deixar apenas um partido descontente (PP ou PDT), deixaria agora os dois. E o citado almoço de Marcelo Nilo com Mário Negromonte já mostra que as falas sobre desentendimentos entre os dois são também especulações.

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