No plenário da Câmara, Solla defende rompimento com PMDB e cita governo Wagner



O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) aconselhou a presidente Dilma Rousseff (PT) a conversar com o ministro Jaques Wagner (Defesa) sobre a possibilidade de rompimento com o PMDB. O petista defendeu o fim da aliança em pronunciamento no plenário da Câmara nesta terça-feira (30), quando será votada a Redução da Maioridade Penal.

No discurso, Solla lamentou que na votação maioridade os líderes do PMDB mais uma vez tenham agido na contramão das articulações realizadas por membros do governo. “Estava em curso uma negociação com o PSDB para uma proposta alternativa à redução da maioridade penal, que poderia ter dado bons frutos, mas o presidente Eduardo Cunha entrou em cena, ameaçou o PSDB e trouxe os tucanos na gaiola para uma posição mais retrógrada, mais prejudicial à sociedade. Até o PDT, que em seu programa de televisão defendia a manutenção da maioridade aos 18 anos, depois da pressão do PMDB mudou de postura”, disse.

Segundo Solla, “o PMDB é o principal adversário do governo”, já que “trabalha dia e noite pra boicotar e para constranger o governo e para atacar o Partido dos Trabalhadores”. O deputado reclamou ainda da atuação do PMDB na CPI da Petrobrás – presidida pelo deputado Hugo Mota (PMDB-PB). “O que se faz lá sob o comando do PMDB, articulado ao PSDB e ao DEM, é atacar o Partido dos Trabalhadores única e exclusivamente. Não ouvimos ninguém que possa comprometer o PMDB, PSDB ou DEM”, disse.

Solla lembrou que em quatro meses de CPI, até o momento não foram ouvidos os operadores do PMDB no esquema, como o executivo Júlio Carmago, o policial Jayme Careca, além do executivo da Camargo Correia Pietro Bianchi – a PF apreendeu na casa de Bianchi planilhas com repasses de propinas a políticos do PSDB e DEM apreendidas no âmbito da Operação Castelo de Areia. O executivo é investigado na Lava-Jato por ter realizado repasses de propina via contratos de consultoria, mesmo já fora da Camargo Corrêa.

BAHIA – Durante o discurso, o petista aconselhou que Dilma conversasse com o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), sobre a experiência de rompimento com o PMDB baiano que Wagner teve quando foi governador da Bahia. “Sabe o resultado? Houve um rearranjo das forças políticas e, no fim, terminamos com uma base governista mais fiel e coerente. Já o PMDB minguou. Hoje o principal líder do partido na Bahia (Geddel Vieira Lima) virou coadjuvante da oposição, perdeu as duas últimas eleições e todo mundo pulou do barco, foi embora”, disse.

Jorge Solla, que foi secretário de Saúde do governo Wagner, recordou que a participação do PMDB no governo do Estado “não ajudou em nada a nossa gestão,só criou problema. O saldo foi nos devolver uma Agerba com um escandaloso caso de corrupção em que dez foram presos”, disse.

O deputado salientou ser “contraproducente” a permanência de peemedebistas em cargos no 1º escalão do governo. “Imagino como deve ser difícil a vida destes ministros, fazer parte de um governo, construir um projeto para o país, e ver os líderes de seu partido remando contra, boicotando o tempo todo”, disse.

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